PSD/Algarve acusa presidente do INEM de «insensibilidade» quanto à retirada do helicóptero de Loulé

«Se a insensibilidade política pagasse imposto, o presidente do INEM teria uma conta elevada». As palavras são do PSD/Algarve que, […]

«Se a insensibilidade política pagasse imposto, o presidente do INEM teria uma conta elevada». As palavras são do PSD/Algarve que, em comunicado, acusa o dirigente máximo daquele serviço, Miguel Soares de Oliveira, de ter faltado «ao respeito aos algarvios e aos seus eleitos locais aquando da sua audição na Comissão de Saúde da Assembleia da República, afirmando que “não pode permitir que os próprios autarcas escolham os helicópteros que querem”».

Tudo isto aconteceu no seguimento de uma questão que lhe foi dirigida pela deputada algarvia do PSD Elsa Cordeiro, que quis saber qual o ponto situação do helicóptero do INEM estacionado no heliporto de Loulé.

Face às declarações de Miguel Soares de Oliveira, o PSD/Algarve diz que «recusa liminarmente a retirada do helicóptero do INEM no Algarve» e apela ao ministro da Saúde Paulo Macedo para que «venha a terreno interceda neste caso, que tome posição sobre a matéria, pondo-lhe um ponto final e garantindo a permanência deste equipamento na região».

Na sua interpelação na Comissão de Saúde da Assembleia da República, a parlamentar Elsa Cordeiro tinha começado por dizer que compreendia «as necessidades de ganhos de eficiência e redução de custos nos serviços de emergência médica nacional», mas queria esclarecer «os motivos para se ter optado pela transferência do helicóptero para o distrito de Beja em detrimento de Loulé, quando a prevalência de ocorrências no Algarve é de 87% e no Alentejo de 11%».

O PSD/Algarve sublinha, no seu comunicado, que, «numa atitude no mínimo lamentável» o presidente do INEM, «para além de atacar os autarcas desta região, desvalorizou as estatísticas afirmando que estas “têm estes malabarismos, uma vez que é natural que um meio aéreo que presta serviço na região do Algarve tenha prevalência de serviços no Algarve em detrimento de outras regiões e que por exemplo o helicóptero de Lisboa 50% da sua atividade foi no Alentejo”».

Miguel Soares de Oliveira, em resposta à deputada Elsa Cordeiro, terá informado ainda que quem gere os helicópteros Kamov é a EMA – Empresa de Meios Aéreos, SA., que possui os seus planos para colocar helicópteros, sendo que estes são também utilizados na busca e salvamento na orla marítima, por isso é natural a opção da sua localização no Algarve.

Quanto à retirada do atual helicóptero que está estacionado em Loulé desde 6 de outubro de 2012, o dirigente do INEM informou que será retirado logo que o helicóptero Kamov fique operacional, acrescentam os social-democratas algarvios.

«Tendo em conta os diversos avanços e recuos que este processo teve», o PSD/Algarve defende que «importa que sejam prestados todos os esclarecimentos sobre os factores que foram tidos em conta nesta decisão».

Os social-democratas interrogam ainda se «está o helicóptero Kamov habilitado para o transporte de doentes?», se a aeronave pode «fazer uma aterragem segura no Hospital de Faro e as entidades competentes, nomeadamente a Força Aérea Portuguesa concordam com esta opção?» e se «será que helicóptero Kamov é o mais indicado para operações de socorro que exigem agilidade e rapidez de atuação?».

Para o PSD algarvio, «este é um processo de difícil compreensão e não deixa de ser no mínimo estranho que surjam notícias relacionadas com interesses económicos associados a esta matéria». «Se o Estado possui capacidade área (existem helicópteros mais ágeis e versáteis – PUMA – parados) porque continua refém de alugueres astronómicos para responder às suas necessidades?», questiona também.

«Após ter esvaziado de forma irresponsável as estruturas do INEM no Algarve, o presidente do INEM volta a atacar esta região com esta decisão que claramente prejudica a população do Algarve bem como é uma mau sinal para a principal atividade económica da região, o Turismo», concluem os social-democratas.

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