Políticos e tachos

Esta semana soube-se da saída de dois dos atuais presidentes de Câmara algarvios da liderança dessas autarquias: Desidério Silva foi, […]

Esta semana soube-se da saída de dois dos atuais presidentes de Câmara algarvios da liderança dessas autarquias: Desidério Silva foi, na segunda-feira, eleito presidente da Entidade Regional de Turismo do Algarve, e por isso vai deixar a Câmara de Albufeira no final do mês, enquanto Isabel Soares deverá ser nomeada, no dia 5 de novembro, como nova administradora-delegada das Águas do Algarve, e por isso também irá deixar a Câmara de Silves.

Ambos são autarcas do PSD e ambos deixariam de poder concorrer de novo às suas Câmaras Municipais nas eleições autárquicas de 2013, devido a terem já cumprido o máximo de mandatos que a lei permite.

Reparem que nem sequer estou aqui a discutir se Desidério Silva tem competência para ficar à frente do Turismo do Algarve ou se Isabel Soares percebe alguma coisa de gestão para poder dirigir uma das maiores empresas da região.

Embora não se possa esconder que, tanto num caso como no outro, o facto de deixarem para trás autarquias a braços com graves problemas financeiros não será o melhor cartão de visita para a sua competência como gestores…

Fala-se que poderá ainda haver outros cargos ou posições a ser atribuídos a outros autarcas igualmente em fim de carreira municipal, sejam eles do PSD ou do PS. A imensa máquina da administração pública, da política, das empresas públicas ou privadas parece ter uma capacidade inesgotável para absorver estas pessoas.

A questão é que, apesar de todas as manifestações públicas que o Governo atual e anteriores têm feito a propósito da necessidade de «eliminar as gorduras do Estado», o Estado tem engordado cada vez mais… E, pelo caminho, vai engordando uns quantos.

Estas nomeações com base na cor política de uma pessoa – seja com este Governo, seja com os anteriores – além de poderem não ser boas para os organismos que vão dirigir, também não são boas para a imagem das pessoas nomeadas. É que, seja lá como for, por muito bom que seja o trabalho que venham a fazer, não se livrarão da fama de esse cargo não ser mais que um tacho.

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