Morte de Sidónio Pais revisitada em peça de teatro no Lethes

O Teatro Lethes, em Faro, vai receber na próxima sexta-feira a peça «Do outro lado da Verdade», de Ana Cristina […]

O Teatro Lethes, em Faro, vai receber na próxima sexta-feira a peça «Do outro lado da Verdade», de Ana Cristina Oliveira, às 21h30. Um espetáculo da Companhia de Teatro «Doismaisum» que revisita as duas primeiras décadas do século XX, com especial enfoque no assassinato de Sidónio Pais e em José Júlio da Costa, o homem que o matou, através do olhar de um diretor de jornal, alguns anos depois.

O texto, também ele de Ana Cristina Oliveira, explora um dos «vários incidentes» que marcaram esta época da história de Portugal, apesar de a autora admitir que «escolher um deles para o eleger como paradigmático daquela época de convulsões tornou-se uma tarefa difícil e arriscada».

«A euforia dos primeiros governantes, a sucessão absurda de governos, a entrada na 1ª Guerra Mundial, as greves gerais, constitui por si só matéria mais que suficiente para começar um pequeno esboço da vida dos portugueses nessa época», considerou a criadora da peça, num comunicado.

«Detive-me na figura de Sidónio Pais porque este governante, para além de ter sido o único presidente a ser assassinado na sua função de chefe de Estado, surgiu como o símbolo da estabilidade que a nação tanto ansiava depois das convulsões governativas após a queda da monarquia. O homem que irrompe pela República a cavalo, cai aos seus pés abatido com dois tiros», continuou.

«Do outro lado da Verdade» faz um exercício em torno de algumas questões que envolvem este assassinato, desde logo porque razão aconteceu. «Se este estadista deu à nação aquilo por que ela ansiava, então por que razão foi ele abatido? A resposta poderia estar na vida do homem que o matou, José Júlio da Costa», disse Ana Cristina Oliveira.

«A partir da projecção da vida e do discurso entre o alienado e o coerente, do que é possível vislumbrar no homem que foi José Júlio da Costa, pretendi levantar um pouco o véu e revisitar a realidade de Portugal nas duas primeiras décadas do século XX, sendo essa realidade construída e comentada pelo director de um jornal vinte anos depois, já em plena ascensão do Estado Novo», conclui a autora e encenadora da peça.

A peça conta com as interpretações de António Gambóias e de Henrique Prudêncio, que é também o responsável pela conceção de vídeo da peça.

Os ingressos no espetáculo custam 8 euros para o público em geral e 5 euros para menores de 30 e maiores de 65 anos. Os bilhetes podem ser adquiridos em www.bilheteiraonline.pt e pontos aderentes (CTT, FNAC) ou no local uma hora e meia antes do início do espetáculo. Para reservas contactar o 289 878 908 entre as 15 e as 18 horas.

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