Empreender no mar

Temos ótimo solo, ótima costa. Como exportar mais? Muitos dizem que os espanhóis levam o nosso peixe. Esse problema com […]

Temos ótimo solo, ótima costa. Como exportar mais?

Muitos dizem que os espanhóis levam o nosso peixe. Esse problema com vizinhos ocorre em todo o mundo. Há meses os governos da Dinamarca e Suécia negoceiam a longa disputa entre os seus pescadores.

Devemos ouvir os profissionais desde cedo, não quando uns lerdos da capitania picam a entrada. Sardinha, salmão, muitos peixes têm ómega 3, uma substância importante para o organismo, em especial para a população idosa, que aumenta muito.

Peixe não engorda, não leva vacina nem químicos para crescer, nem come rações estranhas. É uma ótima proteína animal; filetado e fumado vale muito mais.

Japoneses e chineses são saudáveis, vivem muito, por comer peixe. O aumento dos rebanhos bovino e caprino mundial não acompanha o da população. Deve-se evitar o porco. Assim, a procura de pescado aumentará.

Os mariscos também são nutritivos, naturais e sabem bem. A poluição aumenta na maioria dos mares, p.ex. no Mediterrâneo. As limpas costas do Atlântico têm um potencial invejável. Temos água e clima ideais para cultivar uma enorme variedade de algas, edíveis e para a produção industrial.

A alga ágar-ágar torna-se espessantes para as indústrias alimentar, farmacêutica e cosmética. De algumas espécies extraem-se substâncias muito caras, para fármacos. P.ex. a porphyra umbilicalis e a glariaria vemeculosa servem para fluidificar o sangue e reduzir o colesterol. O Chile as produz para alimentar o seu povo; com boa tecnologia exporta substâncias e lucra.

Chile, China, Filipinas são alguns dos países que aproveitam a costa e os rios. O Guadiana, p.ex, tem potencial para o camarão. O alto Tua e o Tâmega para salmão. A costa e as rias para tudo. Até para o cultivo de lagosta e pérola.

Devemos organizar a produção e certificar a exportação. Há muito o Prof. Emâni Lopes propagava o cluster do mar. Tudo isto cria emprego, fixa o homem na aldeia, aproveita recursos e gera exportação.

 

Aquacultura e Pescas

O objetivo da aquacultura é aumentar a produção com práticas como a alimentação artificial, a proteção contra predadores, a integração com outras espécies. Ela inclui a produção de peixes tropicais e corais para decoração ou a produção de ostras. O aumento da população exigiu novas formas de produzir proteína animal e só a pesca já não a atende.

Portugal é dos países que mais consomem peixe não-sustentável; diz-se que o de aquacultura tem antibióticos/hormona.

O consumo de produtos do mar ronda 60kg/hab/ano, i.e, um dos maiores da Europa. A exploração da pesca e a falta de uma boa gestão obriga à preservação dos recursos, que traz a captura para perto do zero.

A aquacultura não substitui a captura de pescado selvagem, mas a complementa e alivia a pressão sobre os recursos naturais do mar.

Até 1998 a maior proporção baseou-se na cultura de bivalves, p.ex. a amei-joa. Desde 1995 cresce a produção do pescado, p.ex. dourada e robalo.
Portugal tem bom potencial para a aquacultura; em Vila do Conde temos mexilhão em 9 meses. Nas Rias Bajas, Espanha, atinge-se o tamanho comercial em 18 meses (o dobro do tempo daqui). A ostra cresce bem no estuário do Sado (8 meses). No Norte de França, Arcachon, leva 24 a 33 meses.

 

Autor: Jack Soifer é autor dos livros «Empreender Turismo de Natureza», «Portugal Rural» e «Como Sair da Crise»

 

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