Personalidades do setor do turismo exigem suspensão imediata das portagens

O presidente do Turismo do Algarve António Pina e os dirigentes de associações empresariais Elidérico Viegas e Vítor Neto exigem […]

O presidente do Turismo do Algarve António Pina e os dirigentes de associações empresariais Elidérico Viegas e Vítor Neto exigem que a cobrança de portagens na Via do Infante seja suspensa, numa reação à decisão anunciada esta quarta-feira pelo Governo em não prolongar as isenções na A22 para residentes para além do mês de setembro.

Para as três personalidades, está mais que provado que a introdução de portagens foi um erro e que está a prejudicar notoriamente a principal indústria da região, o turismo.

Ainda assim, a decisão, anunciada ontem pelo secretário de Estado das Obras Públicas, não surpreendeu, segundo revelaram ao Sul Informação, à margem da sessão de apresentação da medida Formação Algarve.

«Era algo de que estávamos à espera. Infelizmente a questão principal em relação às portagens na Via do Infante não tem a ver com discriminações positivas, mas sim com a suspensão total das portagens. Em menos de um ano, esta medida já provou ser atentatória dos interesses económicos da região e do País», considerou Elidérico Viegas, presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve.

Para o representante dos hoteleiros, a introdução de portagens «revelou-se uma medida anti turismo, anti interesses económicos da região». «Mais de 50 por cento de redução de tráfego na Via do Infante e uma diminuição da procura de turistas espanhóis em quase 20 por cento deviam ser razões mais que suficientes para que o Governo atalhasse caminho, fizesse um ato de contrição e suspendesse de imediato as portagens», defendeu.

Já António Pina não se mostrou incomodado com a decisão do Governo, pois, afirmou, sempre esteve «contra as portagens e contra estas aspirinas». «Mais aspirina, menos aspirina, continua a ser um tiro no porta-aviões que é o Turismo do Algarve», afirmou.

Assim, o presidente da ERTA foca-se «na questão de fundo: que não haja portagens». «Não perco tempo e não desfoco a minha atenção para medidazinhas. Foco a minha reflexão no não às portagens», acrescentou.

O presidente da Associação Empresarial da Região do Algarve Vítor Neto também alinha pela exigência da suspensão do pagamento de portagens, mas não deixou de repudiar o não prolongamento das isenções.

«Vejo esta medida com maus olhos, acho que é errada. É apenas a confirmação quanto à insensibilidade quanto à importância económica do turismo e ao papel do algarve nessa importância económica. Portanto, é um ato de desconsideração sobre esta realidade», disse.

Vítor Neto disse ainda que o anúncio veio confirmar que «em relação às portagens, não há uma visão adequada». «Não fico surpreendido com isto, confirma só as minhas dúvidas e acho que é um erro económico, político e social», afirmou, lembrando que «desde 2004» que luta ativamente contra a introdução de portagens na A22.

Comentários

pub