Tram-train: Emprego, mais turismo, alívio à 125

Os tram-trains de Gotemburgo, Telavive e Valência já chegam aos subúrbios distantes. Hoje as baterias de lítio-polímero têm muito mais […]

Os tram-trains de Gotemburgo, Telavive e Valência já chegam aos subúrbios distantes. Hoje as baterias de lítio-polímero têm muito mais capacidade das tradicionais. A nova tecnologia, já experimentada, é a de carregá-las na travagem e quando a composição se desloca nas linhas eletrificadas.

Isto permite às composições curtas (duas carruagens longas e três curtas – estas a retirar nos horários de pouco uso) para uns 190 passageiros sentados e 250 de pé, transitar na periferia das cidades e chegar a um hub num sítio central da urbe sem eletrificar a zona urbana.

Aqui rodam em baixa velocidade; entre as cidades a 120km/h. Aqui abrem-se degraus para o nível da rua.

Eletrificam-se troços dos carris ainda não eletrificados das ferrovias suburbanas e rurais semi-densas e desviam-se os tram-trains para uma circular num só sentido para os bairros de cada vila ou cidade, até um hub próximo ao centro, de onde sai por outras avenidas para regressar aos carris dos comboios.

Com rápida aceleração e travagem, o tram-train permitiria paragens, p.ex. em Patacão e Forum Algarve, a caminho da estação de Faro, sem obras adicionais. Novo ramal de Patã de Baixo a Estombar passaria por Branqueira e Avenida dos Descobrimentos em Albufeira, saindo pelo Camping, AlgarveShopping e Guia até Pêra e daí para Porches e Lagoa.

Esta alternativa evita caras indemnizações nas cidades, ao reduzir ligeiramente a largura das estradas e avenidas para a passagem dos carris do tram-train.

A eletrificação para o tram-train não impede o uso de composições antigas (comboios de carga) nos carris usados pelos dois sistemas.

As obras do consórcio que integra a Tecnovia na EN125 devem realmente ser substituídas nos troços já iniciados pelo tram-train. Pois autoestrada e via rápida são tecnologias quase centenárias, o atual é o tram-train.

As pequenas obras necessárias poderiam ser realizadas por construtoras locais. Quase todo o material comprado seria nacional, com emprego por cá.

Ao renegociar a cara manutenção da A22, a receita ali obtida financiaria o tram-train algarvio. Porque é que uns poucos bancos estrangeiros e um lóbi local estão a travar esta proposta, contida no livro «Transportes», dos engenheiros Luís C. Silva, António M. Aguiar e Jack Soifer?

 

Autor: Jack Soifer é autor dos livros «Empreender Turismo de Natureza», «Portugal Rural» e «Como Sair da Crise»

 

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