Que cultura temos no Algarve?

O ciclo de debates Crise Adentro regressa ao Zem Arte, em S. Brás de Alportel, desta vez subordinado ao tema […]

O ciclo de debates Crise Adentro regressa ao Zem Arte, em S. Brás de Alportel, desta vez subordinado ao tema A cultura na região, na sexta-feira, dia 7 de setembro, às 21h30.

A organização pretende mais um animado e participativo debate, para o qual se convidam todas as pessoas interessadas. Como oradores principais estarão presentes Anabela Moutinho, António Rosa Mendes, Dália Paulo e José Carlos Barros, com moderação de Paulo Penisga.

Fará o Algarve parte dos principais itinerários culturais do país? Que realizações e eventos mais significativos se podem ligar à vivência cultural da região? O que mudou culturalmente na última década e como se vive o presente?

«É certo que nos últimos anos, mais precisamente de há uns 15 anos para cá, o Algarve conheceu um acréscimo significativo de oferta cultural a todos os níveis e géneros, do erudito ao popular, no teatro, na música, na dança, nas artes plásticas, na literatura; viu ampliada a sua rede de bibliotecas e teatros/auditórios municipais, surgiram novos espaços e estruturas produtivas, formaram-se novos públicos e viram-se ousadas criações artísticas, tudo isto fruto do trabalho de muitos, especialmente de criadores, mediadores, associações e câmaras municipais. Criámos mais mundo e tivemos mais mundo aqui», salienta Paulo Penisga, organizador do ciclo de debates.

«Mas a pergunta mantém-se pertinente: o que foi que sedimentou na nossa vivência coletiva quotidiana e na identidade de cada um de nós? Que imagem temos de nós e que imagem e lugar ocupa o Algarve no país contemporâneo?»

«Longe vão os tempos em que tínhamos de rumar a Lisboa para ver um espetáculo de dança ou um concerto. De cinema não estávamos assim tão mal, graças ao cineclube de Faro, dos mais antigos do país. Mas passado o pico de programação da Faro – Capital da Cultura, em 2005, terá a capital da região uma vivência e programação digna de uma cidade?», interroga ainda.

«Um simples exercício de memória, a começar em 1999, com a realização da Bienal de Artes Algarve-Andaluzia, um bom projeto sem continuidade, passando pelas Danças a Sul, de boa memória para os amantes da dança contemporânea, aos inconsequentes festivais de cinema (do Mediterrâneo, etc), grandes na sua morte súbita, ao velhinho FICA que se esgotou e morreu, passando igualmente por quatro boas revistas culturais (Em Cena, Sul, Sulstício, Atlântica), entretanto desaparecidas, para tristeza dos poucos que as liam, a já referida Faro – Capital da Cultura, mais recentemente o Allgarve, ideia peregrina e interesseira de um ministro e algumas luminárias da capital do país, para nos insuflar cosmopolitismo e coltura; para terminar na pergunta inicial, feita de outra maneira: terá o Algarve uma presença cultural forte no conjunto do país?…»

Todas estas questões e muitas outras estarão em debate no Zem Arte, no dia 7 de setembro, com Anabela Moutinho, António Rosa Mendes, Dália Paulo e José Carlos Barros.

Comentários

pub