Jorge Palma: «a vida e os seus dias são as minhas fontes de inspiração»

Jorge Palma vai voltar a apresentar-se em Tavira, desta vez com um concerto para 900 pessoas na parada do Quartel […]

Jorge Palma vai voltar a apresentar-se em Tavira, desta vez com um concerto para 900 pessoas na parada do Quartel da Atalaia, no sábado, dia 11 de agosto, às 22h00.

Para este concerto, já se sabe que o compositor e cantor trará um repertório «escolhido a dedo», onde revisitará os seus «hinos acumulados ao longo de 40 anos de carreira».

Em destaque estará o seu mais recente álbum «Com todo o Respeito», mas Palma não deixará de revisitar outros temas que ao longo dos anos ficaram no ouvido dos portugueses de várias gerações.

O Sul Informação entrevistou Jorge Palma, para saber mais pormenores sobre o concerto e os seus planos. Aqui ficam as palavras do compositor e cantor, em discurso bem disposto e mais do que direto:

 

Sul Info- No concerto em Tavira vai apresentar-se ao lado do seu filho. Como tem sido esta partilha do palco com ele? É o seu sucessor?

Jorge Palma – Tem sido muito bom. Tenho visto o seu evoluir natural até agora, à fase em que, finalmente, vai lançar um disco a solo (que sai para o mercado com selo da EMI e cujo o single já roda nas rádios). O caminho faz-se andando e ele é pessoal e intransmissível, por isso não creio que seja correto falar-se em sucessor. É, por mérito próprio, o Vicente Palma e eu orgulho-me disso.

Sul Info – Ao fim de 40 anos de carreira, as suas canções, as mais antigas e as mais recentes, continuam a ser transversais a muitas gerações. Qual é o segredo para isso?

JP – Não pensar nisso é seguramente um dos segredos (risos). Menciono muitas vezes que o meu trabalho flui de forma natural e é absolutamente delicioso que ele perdure. Saber isso embevece-me, faz-me sentir especial, como não lido bem com tal consideração acerca de mim… lá está!  Não penso nisso!

Sul Info – O concerto na parada do Quartel da Atalaia, em Tavira, para 900 pessoas, não é propriamente o tipo de concerto mais intimista que tem dado nos últimos tempos. Tem alguma coisa especial preparada para este concerto em Tavira? Não tem receio que se perca um pouco a relação mais forte com o público?

JP – Vamos ver: já toquei para muita gente neste formato (muito mais do que 900 pessoas) sem perder essa capacidade inata de me conectar com o público, mas concordo que este é ligeiramente diferente do que tenho vindo a fazer (maioritariamente auditórios) ultimamente, razão pela qual pensámos demoradamente neste convite. Não tenho nada preparado de especial, serei eu, e dizem-me (risos, muitos), isso raramente não é especial.

Sul Info – A sua imagem de marca é o piano, mas às vezes também envereda pela guitarra. Entre estes dois instrumentos para que lado balança mais o seu coração?

JP – Não balança, bate, entre um e outro…

Sul Info – A sua carreira está, no seu início, ligada ao Algarve, onde, em 1967, integrou o grupo Black Boys, tocando órgão. Como é que essa ligação ao Algarve aconteceu?

JP – Isso foi noutro século (risos) Éramos jovens, invencíveis, num tempo em que tudo era possível. Éramos autênticos Peter Pans (risos), tocávamos onde nos pagavam, e por vezes nem isso. Mas um dia (como era previsível) a “magia” terminou e com ela a minha participação na banda…

Sul Info – O seu primeiro disco a solo era todo de cantado em inglês, mas desde aí o português tem sido a sua língua preferencial. Porque é que esse primeiro disco era em inglês? E porque é que o português começou a imperar depois?

JP – No início, era-me mais fácil o inglês. Vá-se lá perceber porquê… (risos) Depois… pura e simplesmente deixou de ser, mas ainda volto a ele de tempos a tempos. Por vezes, os meus concertos terminam em inglês, por exemplo.

Sul Info – Como é o seu processo de composição? Vai compondo conforme a inspiração ou tem que parar um tempo para se dedicar à composição?

JP – Inspiração e pouco mais, não tenho grandes segredos para partilhar e creio mesmo que daria um professor de composição mauzinho. Comigo as coisas acontecem e eu aproveito….

Sul Info – Quais são as suas fontes de inspiração para as suas canções e outras composições?

JP – A vida e os seus dias… e eu tenho uma coleção enorme deles (risos).

Sul Info – Já está a preparar o disco seguinte?

JP – Estou a pensar nisso, o que, comigo, como já disse em cima, não quer dizer muito (risos).

Sul Info – Quais são os seus planos para o resto do ano? Tem planeados concertos só em Portugal? Quer destacar algum em especial? Tem previsto algum concerto no estrangeiro? Onde?

JP – Este é um ano difícil (ainda que não me possa queixar). Tento, faz uns anos já, ir ao Brasil. Quem sabe se este ano isso se proporciona. No mais é o que a agenda ditar…

Sul Info – Que expectativas tem para este concerto na parada de um quartel militar em Tavira? É apenas mais um concerto?

JP – Sim, sem sobranceria, é apenas mais um concerto, mas, como dizem que os meus raramente são repetíveis, será então… um momento único (risos).

 

Locais onde pode comprar bilhetes:

Os bilhetes são limitados a 900 lugares e custam 15 euros, se comprados até amanhã, dia 10 de agosto.

No próprio dia, estarão à venda no local do espetáculo e custarão 20 euro.

Pode comprar bilhetes aqui:

>>Ticketline: www.ticketline.sapo.pt

>>Biblioteca Municipal Álvaro de Campos, de terça a sexta-feira, entre as 10h00 e as 19h00, segundas-feiras e sábados das 14h00 às 19h30.

>>Receção dos Paços do Concelho, na Praça da República, de segunda a sexta-feira, entre as 9h00 e as 12h30 e as 14h00 e as 17h30.

>>Praça da República, de segunda a sexta-feira, entre as 19h00 e as 23h00.

Informações: 281 320 500 | 910 044 662 | 925 433 082

 

Nota: A foto é da autoria de Armindo Vicente

 

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