Astronomia: O céu de setembro

Este mês marca o final do Verão no hemisfério Norte e do Inverno no Hemisfério Sul. Mas não se pode […]

Este mês marca o final do Verão no hemisfério Norte e do Inverno no Hemisfério Sul. Mas não se pode deixar terminar esta estação sem falar de uma das figuras celestes mais facilmente reconhecíveis por esta data: o Triângulo de Verão. 

Este mês marca o final do Verão no hemisfério Norte e do Inverno no Hemisfério Sul. Tal sucede quando, em consequência do movimento da Terra em torno do Sol, este passa a iluminar mais o hemisfério Sul terrestre do que o Norte. O momento em que os dois hemisférios se encontram igualmente iluminados chama-se equinócio.

O próximo Equinócio Outonal no hemisfério Norte irá coincidir com o quarto crescente de dia 22. Neste dia, o nascer e o pôr-do-Sol dar-se-ão ao longo da direção Este-Oeste.

Mas bem antes disso podemos começar o mês apreciando Júpiter. Este planeta encontra-se atualmente junto à constelação de Touro, sendo bem visível perto da meia-noite. Aquando do quarto minguante de dia 8, podemos encontrar a Lua a 0,6 graus a Sul de Júpiter.

Já no dia 12, a Lua irá passar 4 graus a Sul de Vénus. Este planeta apresenta-se durante todo o mês como estrela da manhã, nascendo pelas três e meia da madrugada.

Este mês é pouco propício à observação de Saturno e Marte por se porem pouco depois do ocaso. Estes planetas serão visitados pela Lua respetivamente 2 e 3 dias após a Lua Nova, ou seja, nos dias 18 e 19.

O mês despede-se com a Lua Cheia na madrugada de dia 30.

Não se pode deixar terminar esta estação sem falar de uma das figuras celestes (ou asterismo) mais facilmente reconhecíveis por esta data: o Triângulo de Verão.

Vista do zénite pelas 22 horas de dia 8 (Imagem: Stellarium)

Pelas 22 horas é fácil encontrar junto ao zénite, a posição imediatamente acima da nossa cabeça, uma figura em forma de triângulo que aponta para o Sul.

Tal como seu nome sugere, o Triângulo de Verão é constituído por três estrelas: Vega na constelação da Lira, Deneb na constelação do Cisne e Altair na constelação da Águia.

Vega, a 5ª estrela com maior brilho aparente do céu noturno, é uma das estrelas que mais têm sido estudadas. O seu brilho é tão bem conhecido que hoje em dia ainda é usado para calibrar outras observações.

Altair, uma estrela com 1,8 vezes a massa do Sol, encontra-se numa fase da vida idêntica à deste.

Já Deneb é uma estrela super-gigante com duzentas vezes o raio do Sol. O seu nome deriva da palavra árabe para cauda (dhaneb), pois estes imaginavam Deneb na cauda de uma constelação com forma de galinha.

Na cabeça do Cisne encontra-se outro objeto interessante: Albireo.

Com um pequeno telescópio podemos ver que Albireo é na realidade uma estrela dupla, isto é, duas estrelas com uma posição na esfera celeste tão próxima que nos dão a sensação de ser um único objeto.

No caso de Albireo, as duas estrelas apresentam cores bastante diferentes: a mais brilhante é amarela enquanto a outra é azul. Tal diferença de cor deve-se a terem temperaturas superficiais diferentes (3807°C e 11727°C respetivamente).

Boas Observações!

 

Fernando J. G. Pinheiro (CGUC)

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Legenda da imagem em destaque: Céu a Este às 4 horas da madrugada de dia 8. Igualmente é visível a posição da Lua na noite de dia 12. (Imagem: Stellarium)

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