PCP: Não há setor económico do Algarve que não esteja em crise

«Não há nenhum dos principais setores económicos do Algarve que não esteja em profunda crise», diz a Direção da Organização […]

«Não há nenhum dos principais setores económicos do Algarve que não esteja em profunda crise», diz a Direção da Organização Regional do Algarve (Doral) do PCP, resumindo a situação económica da região.

«O turismo está a refletir a quebra abrupta dos rendimentos do povo português e a contração na procura internacional – resultado da crise capitalista – verificando taxas de ocupação hoteleira de cerca de metade da média de anos anteriores», salienta o PCP.

Por seu lado, «a construção civil entrou em colapso com a redução do investimento público e a asfixia do poder local, com o cancelamento de obras estruturantes – requalificação da EN125; conclusão do IC27; construção do Hospital Central do Algarve; requalificação de escolas; etc – a par do estrangulamento no acesso ao crédito».

Quanto às pescas, «vivem a longa agonia de décadas de política de desmantelamento e abate que, a par da crise no setor do marisqueio, empurram estes setores para um papel cada vez mais residual, quando as potencialidades seriam enormes», acrescentam os comunistas algarvios.

«O comércio e os serviços diversos – que em setores como a restauração, a reparação automóvel, o pequeno retalho, as farmácias – vivem na agonia diária e em eminente risco de falência esmagados por uma quebra acentuada dos rendimentos das famílias e um brutal agravamento da carga fiscal em particular do IVA e do IMI e dos custos dos fatores de produção (combustíveis; eletricidade; gás; portagens; crédito; seguros; etc)», diz ainda a Doral do PCP.

Estas posições são o resultado da reunião deste organismo dos comunistas no dia 29. Segundo a Doral, «decorrido um ano da ação do Governo PSD/CDS a situação no Algarve agravou-se profundamente, confirmando que se está perante a maior crise desde os tempos do fascismo».

Os comunistas consideram que «na primeira linha do vasto conjunto de problemas que atingem os trabalhadores e a população algarvia está a dimensão do desemprego que atinge mais de 60 mil trabalhadores, 26% da população ativa, constituindo a maior taxa do país e que, junto da juventude, ultrapassa os 35%».

Trata-se de uma realidade, que «sendo ligeiramente esbatida durante o período do Verão, corre o sério e inquietante risco de poder vir a ser aprofundada dentro de alguns meses quando terminar a chamada época alta do turismo».

Ao desemprego em larga escala, junta-se «a praga dos salários em atraso, da precariedade dos vínculos laborais, o roubo dos subsídio de férias e de Natal, o aumento do custo de vida sem fim à vista e de que uma nova subida dos preços do gás natural (6,9%) e da eletricidade (2%) a partir de 1 de Julho é exemplo».

Este é, de acordo com a Doral, «um rumo de exploração e empobrecimento que terá nas alterações à legislação laboral que querem impor um novo salto qualitativo».

Por outro lado, os comunistas defendem que «a continuidade da imposição de portagens na Via do Infante (ainda que as restritas isenções tenham sido prolongadas três meses) que perdeu mais de metade do tráfego nos últimos meses – é o retrato mais fiel da política de sucessivos governos contra a região e das opções de classe que estes assumiram submetendo os interesses da população, aos lucros das concessionárias das estradas e da Banca».

Trata-se, na sua opinião, de «uma política que se prolonga na tentativa de extinção de dezenas de Freguesias, no encerramento do Tribunal de Monchique, na concentração e extinção de escolas agora por via dos Mega-agrupamentos, na destruição do Serviço Nacional de Saúde, bem como, na ação por parte das autarquias PS e PSD que massacram a população do Algarve com uma imparável subida de taxas e tarifas municipais».

A Direção da Organização Regional do Algarve do PCP avaliou a situação económica, social e política da região, «um ano após a assinatura do Pacto de Agressão que PS, PSD e CDS assumiram com a União Europeia e o FMI».

A Doral analisou também «a luta travada pelos trabalhadores e pela população do Algarve contra a política de exploração e empobrecimento que está em curso», e reafirmou «o conjunto de propostas do PCP que, em ruptura com os interesses do grande capital, responda aos problemas do povo, da região e do País».

A Doral avaliou ainda o desenvolvimento da campanha regional do PCP – Basta de Exploração! Emprego, salários e trabalho com direitos -, os aspetos da preparação da Festa do Avante! e a 1ª fase da preparação do XIX Congresso do PCP.

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