O céu de julho: o mês da Águia

Este mês arranca o programa Ciência Viva no Verão. De norte a sul do país, diversas entidades, incluindo instituições científicas […]

Céu a Este pelas 4 horas da madrugada de dia 15. Inclui igualmente a posição da Lua na noite de dia 8 e a região de onde aparentam surgir as Delta Aquarídeas

Este mês arranca o programa Ciência Viva no Verão. De norte a sul do país, diversas entidades, incluindo instituições científicas e associações de astrónomos amadores, irão levar a cabo várias ações de divulgação no âmbito da Astronomia.

Contrariamente a algumas crenças, apesar de ser Verão no Hemisfério Norte, dia 5 será o dia do ano em que a Terra estará mais longe do Sol. Tal acontece dois dias depois da Lua Cheia. Já o primeiro dia deste mês será dos dias em que Mercúrio está mais a Este do Sol (26º) em todo o ano, pondo-se cerca de hora e meia depois deste.

Ao pôr-do-Sol, começa agora a surgir uma constelação a surge a Este: a Águia. Nesta constelação destaca-se a estrela Altair, a 12ª estrela com maior brilho aparente do céu.

O período de rotação de Altair, de apenas oito horas, é bastante menor que o do Sol (25 dias no equador). Prevê-se que Altair seja maior no equador do que nos pólos, por efeito da força centrífuga resultante da sua elevada velocidade de rotação.

A região do céu entre a constelação da Águia e a Cauda da Serpente está a ser estudada pelo satélite CoRoT, uma missão espacial da ESA e do CNES (França), que procura novos planetas fora do Sistema Solar. Também estuda a constituição das estrelas, usando para tal uma técnica que consiste em detetar os sismos que algumas estrelas apresentam – sismologia estelar.

Céu a Este (esquerda) e Sudoeste (direita) pelas 21 horas do dia 24.Também é visível a posição da Lua nas noites de 25 e 26

A seu turno, entre a constelação da Águia e do Cisne fica a área de observação do satélite Kepler, uma missão norte-americana com objetivos complementares aos do CoRoT. Ambas as missões contam com a participação de astrónomos portugueses.

Na madrugada de dia 15, a Lua irá ocultar Júpiter. Infelizmente quando este fenómeno terminar, pelas 4 horas da madrugada em Portugal Continental, a Lua estará bastante baixa no horizonte. Quatro dias depois deste evento dar-se-á a Lua Nova.

Tal como Júpiter, Vénus está na constelação do Touro. Este planeta apresentar-se-á durante todo o mês como estrela da manhã. Junto a estes dois planetas está Aldebarã, uma estrela gigante alaranjada que ocupa a o olho esquerdo do Touro. Esta estrela está numa fase da sua vida mais avançada do que o Sol, tendo já consumido todo o hidrogénio do seu núcleo.

Na noite de dia 24, a Lua estará um pouco abaixo de Marte. Na noite seguinte estará junto a Saturno e à estrela Espiga, da constelação da Virgem. O Quarto Crescente será no dia 26.

No dia 28 é esperado o pico da chuva de meteoros das Delta Aquarídeas. Este ano esperam-se poucos meteoros, não ultrapassando a quinzena por hora em locais escuros. O nome desta chuva de estrelas deve-se a que os meteoros pareçam surgir da região do céu ocupada pela estrela delta Aquário. A posição da Lua no dia 8 ajuda a encontrar esta parte do céu.

 

Boas observações!

 

 Autor: Fernando Pinheiro (CGUC)

Ciência na Imprensa Regional

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