FACECO recebe colóquio sobre “Os metais em Odemira, da Idade do Ferro à atualidade”

O colóquio “Os metais em Odemira, da Idade do Ferro à atualidade”será promovido em São Teotónio, na FACECO – Feira […]

O colóquio “Os metais em Odemira, da Idade do Ferro à atualidade”será promovido em São Teotónio, na FACECO – Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira, na tarde de sexta-feira, dia 20 de julho, a partir das 15.00 horas.

O colóquio tem o objetivo de debater a importância da exploração mineira no concelho de Odemira, no passado remoto e mais recente, bem como sobre um seu possível futuro.

O colóquio contará com a participação de quatro oradores: António Martins Quaresma (historiador), que falará sobre “Mineração no séc. XIX”, Jorge Vilhena (arqueólogo, investigador da UNIARQ – Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa), com o tema “A ferro e fogo: siderurgia pré-industrial na região do Mira”, João Xavier Matos (LNEG – Laboratório Nacional de Energia e Geologia), que apresentará o tema “Prospeção mineira e atividade extrativa na região de Cercal – Odemira” e Raul Santos Jorge (professor da Faculdade de Ciências de Lisboa), com a comunicação “Geologia da zona sul portuguesa”.

Entre a Serra do Cercal e Aljezur, a Faixa Ferro-manganísefera do Litoral Alentejano corre paralela ao mar, um «distrito mineiro» em que Odemira ocupa o centro e que integra, com as minas de Aljustrel ou Neves-Corvo, a mineralogicamente muito rica Faixa Piritosa Ibérica de minerais poli-metálicos.

A partir de meados do século XIX, no quadro do fomento mineiro, iniciou-se no concelho de Odemira uma corrida aos metais. Prospectores, empreendedores, empresários e mineiros vindos de todo o Alentejo, da Andaluzia e de Inglaterra, desbravam as serras de Odemira em busca de jazidas minerais, de que se registam dezenas de concessões para prata, cobre, chumbo, manganês e ferro.

Constatando depois o que o ferro e o manganês eram os mais abundantes, foi entre estes dois minerais metálicos que se concentrou a indústria mineira da região, por serem os mais rentáveis à exploração de tipo industrial.

O ferro beneficiou com o desenvolvimento da Arquitetura do Ferro, enquanto o manganês era procurado para o fabrico de pilhas e baterias, aços e armamento. No contexto da demanda de ferro e deflagração da 2ª Guerra Mundial e posterior reconstrução, o ferro, incluindo o das jazidas de Odemira e Cercal, verificou um novo fôlego de estudos de viabilidade de exploração, embora sem atingir os patamares esperados.

A última mina, no Cercal, acabou por encerrar há mais de 10 anos.

As jazidas de ferro do concelho de Odemira tiveram, contudo, exploração mais antiga, pré-industrial, algumas desde, pelo menos, o século V a.C. e até ao final da Idade Média. O reconhecimento de minas antigas, poços, galerias e escoriais, foram motivo diversos pedidos de abertura de minas colocados à Câmara Municipal desde 1860.

Workshops com o ferreiro Fernando Guerreiro

No âmbito deste colóquio e do tema tratado este ano Pavilhão de Artesanato da FACECO, onde se irá privilegiar as artes e ofícios tradicionais que têm o metal como matéria-prima, serão promovidos três workshops sobre o ofício do ferreiro, nos dias 20 (19h) e 21 de julho (18 e 19h), com a participação do ferreiro Fernando Guerreiro.

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