A edição de 2012 da Feira Medieval de Silves, que vai decorrer de 28 de julho a 5 de agosto, é organizada pela primeira vez pela Companhia de Teatro Viv’Arte – Laboratório de Recriação Histórica, após um protocolo de colaboração cultural celebrado por esta associação com a Câmara Municipal.
A presidente da autarquia esclarece, em comunicado, que esta é a forma de o «encargo financeiro» para o Município de Silves ser «zero», já que todos os custos da organização da Feira Medieval serão suportados pela Viv’Arte. A Câmara apenas concede apoio ao nível da logística.
Para compensar os custos da organização, pela primeira vez esta iniciativa terá entradas pagas, que custarão 2 euros, ao que o Sul Informação apurou. Mantém-se também a cobrança (já feitas nos anos anteriores) do torneio a cavalo (este ano com duas sessões diárias) e do serão no Castelo.
Desta forma, acrescenta a autarca Isabel Soares, «a realização da Feira não compromete o orçamento da autarquia, não sacrifica o erário público, nem prejudica a execução dos compromissos assumidos pela edilidade, ao mesmo tempo que, tal acordo, nos permite realizar um dos mais significativos eventos do concelho, contribuindo, de modo decisivo, para a estimulação da economia local».
A edil recorda que a Feira Medieval, que já vai na sua IX edição, constitui «um dos eventos âncora da programação cultural do Município de Silves, bem como do Algarve, como ficou demonstrado, ao longo dos últimos anos, pelo apoio que sempre teve do Programa Allgarve».
«Ao longo do tempo, foi-se afirmando como um evento estruturado, onde a verdade histórica, aliada a uma cidade que soube preservar as suas características únicas e a um cartaz de artistas de grande nome e reputação nesta área, permitiu a afirmação e definição de uma identidade muito própria. Simultaneamente, logrou-se obter uma ação de assinalável e indiscutível qualidade, única no panorama nacional».
No entanto, sublinha a presidente da Câmara, «em face dos gravíssimos constrangimentos de ordem económico financeira por todos conhecidos, esteve este evento em risco de não se realizar este ano. Na verdade, assegurar a regularização dos compromissos da autarquia, defendendo a honorabilidade e a dignidade deste concelho, não nos permitia assumir os pesados encargos gerados pela Feira Medieval de Silves».
Por outro lado, «a hipótese da não realização da Feira trazia-nos agravada preocupação, na medida em que temos plena consciência que não fazer a Feira Medieval de Silves implicaria uma perda significativa em termos económicos, já que este acontecimento é um dos alicerces da vida económica deste concelho. Enquanto ele decorre, os restaurantes estão cheios, os estabelecimentos comerciais geram uma receita muito superior à do restante ano, sendo a Feira uma das principais fontes de rendimento da população, que aguarda durante 365 dias pela sua realização».
A Feira é, também, «um grande apoio às associações, coletividades e clubes deste Município, tendo-se tornado um cartaz do próprio Algarve, marcando o calendário de Verão da região, no que concerne às atividades de animação cultural», diz ainda a autarca silvense.
Por tudo isto, e para que a iniciativa não fosse cancelada, a Câmara de Silves celebrou, então, um protocolo com a Viv’Arte, transferindo para esta associação, com vasta experiência nesta área, os encargos e responsabilidades.
«Cremos que a solução assim conseguida permite a realização desta ação e a consequente oportunidade de negócio para as famílias e empresas silvenses, beneficiando a todos, sem nunca colocar em causa a qualidade da Feira Medieval de Silves», conclui a presidente da Câmara Isabel Soares.
Nos termos do protocolo, aprovado em reunião de Câmara no passado dia 4 de julho, a Companhia de Teatro Viv’Arte – Laboratório de Recriação Histórica compromete-se a:
«a) assegurar a animação do evento cultural e respetivo enquadramento no Centro Histórico da cidade de Silves;
b) suportar os encargos com os cachets, alojamento e alimentação dos artistas que integram os grupos de animação que atuem no evento cultural;
c) suportar todos os custos relacionados com a contratação da firma que deve efetuar a prestação de serviços de segurança/vigilância de pessoas e bens, no evento cultural;
d) suportar todos os custos relacionados com a realização de publicidade e com a edição de bilhetes e de títulos de ingresso ao evento cultural e que permitam assistir a espetáculos culturais que não sejam gratuitos; e,
e) suportar todo o tipo de despesas diversas necessárias à realização do evento cultural».
Cumpre ao Município de Silves «tão só e unicamente»:
« a) disponibilizar à Segunda Outorgante o espaço público que corresponde ao perímetro urbano onde será a realizar o evento cultural;
b) facultar o pessoal necessário à organização, operacionalização e realização do evento cultural;
c) facultar a logística e os equipamentos de que dispõe e que se afigurem necessários à organização, operacionalização e realização do evento cultural; e
d) proceder à montagem das estruturas e equipamentos que se afigurem necessários à organização, operacionalização e realização do evento cultural».
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