700 ex-alunos, professores e funcionários partilharam memórias no jantar da Escola de Silves

As cores e as formas eram diferentes. Mais brancos os cabelos, mais redondas as formas. Mas o brilhozinho nos olhos […]

As cores e as formas eram diferentes. Mais brancos os cabelos, mais redondas as formas. Mas o brilhozinho nos olhos era igual e denunciava-os: aquela malta que estava chegando à cidade, arrumava o carro e ia em direção à velhinha/nova (?) Escola Secundária de Silves pertencia aos mais de setecentos alunos, professores e funcionários que iam recordar os velhos tempos.

E se havia coisas para recordar: as antigas instalações, as épicas viagens de comboio e outros meios de transporte usados para ir para a escola (nessa época, ter carro era uma miragem), os antigos colegas e alunos, as músicas, as fotografias antigas que surgiam das algibeiras de alguns, tudo isso foi desfilando ao longo do fim da tarde/noite de sábado, dia 30 de junho.

Também houve tempo para assistir ao lançamento do livro “Memórias de uma escola” escrito pelo professor Elias Irio, massacrado por antigos alunos para autografar o livro, mas que até teve direito ao tradicional “parabéns a você” cantado por todos em uníssono, pois fazia anos precisamente neste dia.

E desfilaram recordações e poemas recolhidos junto das mesas onde decorreu o jantar, por baixa da pala das novas instalações e com vista para o velho ginásio, dum lado, e para os contentores das obras, para o outro, música no palco por antigos alunos (incluindo uma ”rockada” das antigas), a canção «Minha Escola, Meu Amor», composta de propósito para este jantar por Zé da Ponte (letra e música), magia pelo colega Dagoberto (ou seja, pelo Professor Herrero), e música de baile no fim. Foi bonita a festa, pá!

 

A história da Escola de Silves

A Escola de Silves foi inaugurada em 5 de outubro de 1920 e foi uma filha dos ideais da 1ª República. Chamava-se então Escola Elementar de Comércio e Indústria João de Deus. Situava-se num edifício da Rua Cândido dos Reis, contornando com a Rua Latino Coelho, recentemente demolido e depois reconstruído, mantendo os traços da fachada original.

Entre os alunos ilustres dos primeiros anos, contou-se a artista plástica Maria Keil do Amaral, recentemente falecida aos 97 anos, e que se chamava Maria da Silva Pires, sendo filha de um industrial silvense.

Outro aluno ilustre foi o político oposicionista e sindicalista José Rodrigues Vitoriano.

Com o aumento do número de alunos e as novas necessidades pedagógicas, em 1930 a escola transferiu-se para novas instalações, na Rua João de Deus, e passou a chamar-se Escola Industrial e Comercial João de Deus.

Nesta fase, chegou a ter como diretor interino o pintor Samora Barros, que aí foi professor durante 36 anos.

Em 1959, a escola, então conhecida como Escola Técnica, mudou-se para as novas instalações, onde ainda hoje se mantém.

Em 2010, no âmbito das obras da empresa pública Parque Escolar, a atual Escola Secundária de Silves (designação que adotou a seguir ao 25 de Abril, quando deixou de se usar o nome de Escola Comercial e Industrial) começou a ser alvo de obras profundas de remodelação e ampliação, que deveriam custar mais de 11 milhões de euros.

Acontece que, devido às dificuldades financeiras da Parque Escolar, as obras foram paradas. Só que agora, enquanto essa intervenção não for concluída, a escola carece de alguns equipamentos básicos para o seu normal funcionamento.

 

Veja todas as fotos do jantar e da festa na fotogaleria em destaque aqui ao lado direito.

 

 

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