A Semana Académica do Algarve teve um resultado «garantidamente positivo», apesar de as contas ainda não estarem fechadas e, mesmo com um investimento menor que nos últimos anos, não perdeu ao nível de público.
O presidente da Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) defendeu que «não há que inventar» e que, para fazer da principal festa anual dos universitários algarvios um sucesso, basta seguir uma fórmula simples e fazer uma gestão cuidada.
«A nível financeiro, sabemos que o resultado é positivo. Não sabemos ainda avançar com o resultado final, porque é um evento que mexe com largas centenas de milhares de euros, mas o resultado é garantidamente positivo. Isto é bom, porque conseguimos fazer um evento que, na minha opinião, teve um elevado nível de qualidade, no meio desta crise», revelou Pedro Barros em primeira-mão ao Sul Informação.
«Não vale a pena inventar naquilo que já se sabe que funciona. Na Semana Académica, sabemos aquilo que funciona: um ou dois DJ de renome, música nacional que esteja na berra ou bandas que tenham ascendente, como os Xutos e Pontapés. E ao mesmo tempo ter o cuidado de ter bandas ligadas ao público jovem» e, claro, «fazer uma gestão cuidada» das contas.
O recinto teve menos capacidade este ano do que nos últimos, mas isso não influenciou os números finais ao nível de visitantes. «O nosso número nunca foge muito. Contando com os bilhetes semanais, entre 40 a 50 mil pessoas a comprar bilhete. Mas se tivermos em conta as duas mil pessoas com bilhete semanal, que vão todos os dias, só aqui vão 18 mil pessoas garantidas», revelou.
O recorde de visitantes num só dia, nesta 27ª edição do evento, foi batido no último dia do evento, em que atuou o DJ norte-americano Steve Aoki, em que se ultrapassou «os 10 milhares de visitantes». «Houve outros dias com muito menos, mas conseguimos sempre uma casa bem composta e bem agradável», considerou. «Pelos números à nossa disposição, tivemos mais público que no ano passado. Mas também não sei quais terão sido as condicionantes da edição anterior», contou.
«Foi um recinto acolhedor e, acima de tudo, agradável e bonito. Quem lá passou, acho que tem a mesma opinião. Não foi um espaço disparatado, onde as pessoas se perdessem lá dentro. Foi um País das Maravilhas onde as pessoas se podiam encontrar e deslocar com facilidade», disse Pedro Barros.
Comunicação e cuidado com a imagem podem ter feito a diferença
«Acho que a variação da quantidade de público não depende tanto do cartaz, mas da forma como ele é comunicado. Nós, este ano, trabalhámos muito na parte da comunicação. Tivemos cuidado logo na criação da imagem, para que fosse limpa, predominantemente branca, que não puxasse tanto para a noite e para o álcool. E depois fizemos um plano de comunicação a dois meses, que permitiu que o cartaz chegasse a todas as cidades do Algarve, ao Alentejo e ao Sul de Espanha», contou Pedro Barros.
Uma estratégia que até saiu bem mais barata, já que a maioria dos suportes de publicidade, como outdoors e MUPIs, foram cedidos como apoio institucional, nomeadamente por autarquias algarvias e alentejanas.
«Gastámos muito menos dinheiro. Este ano não fizemos aquela publicidade disparatada com cartazes, que colamos neste e naquele muro. Felizmente e graças aos nossos patrocinadores tivemos duas equipas a distribuir publicidade com contacto direto com as pessoas», para além dos suportes fixos, disse Pedro Barros.
No final, o que conta «são as opiniões do público que lá vai e dos artistas», da parte dos quais houve retorno muito positivo. «Os artistas que por lá passaram ficaram deslumbrados com a organização, com o recinto e com o público e isso dá-nos uma grande satisfação», afirmou o presidente da AAUAlg.
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