PO Algarve 21 está a ajudar a criar emprego no turismo e a aumentar exportações

A aplicação de fundos comunitários do Programa Operacional Algarve 21 na área do Turismo está a criar postos de trabalho […]

A aplicação de fundos comunitários do Programa Operacional Algarve 21 na área do Turismo está a criar postos de trabalho e a influenciar positivamente as exportações nacionais, mas há potenciais por concretizar em áreas como o turismo ambiental e  património cultural.

Estas são algumas conclusões do primeiro módulo do estudo «Competitivtur», que está a ser levado a cabo pelo Centro Internacional de Investigação em Território e Turismo da Universidade do Algarve, cujo objetivo foi perceber se a atribuição de fundos comunitários ao setor turístico, no Algarve, está de acordo com a Estratégia Regional e de que forma se pode aumentar a eficiência do PO Algarve 21.

Este documento, um dos dois estudos paralelos que o centro de investigação está a desenvolver a pedido da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve (CCDRA), foi apresentado na última reunião da Comissão de Acompanhamento do PO Algarve 21, que decorreu no início deste mês.

Segundo revelou ao Sul Informação Fernando Perna, coordenador do estudo, puderam retirar-se conclusões positivas, nomeadamente ao nível da execução de fundos e da dinamização do mercado de trabalho. «Dos projetos que têm a ver com o setor turístico, um fator positivo foi a criação de mais postos de trabalho do que a média» da globalidade dos projetos apoiados, revelou.

Um dado que tem um senão, o facto de os postos de trabalho criados «terem tendência a ser menos qualificados que outros setores». «Há uma criação de oferta de emprego mais intensiva, mas pouco qualificada», resumiu.

O setor do turismo também demonstra uma boa capacidade de execução dos projetos comparticipados. «A capacidade de execução do investimento aprovado é superior à de outras áreas», disse Fernando Perna.

O investimento do PO Algarve 21 no setor turístico refletiu-se, igualmente, num aumento das exportações, algo que decorre da própria atividade turística, «cujo volume de negócios se baseia em exportações». Fernando Perna salientou a curiosidade de, nesta área do turismo, «a maioria das empresas apoiadas serem de dimensão ligeiramente inferior à média global».

 

Ainda há potenciais por concretizar no Turismo algarvio

 

Aos fatores positivos identificados na execução do PO Algarve 21, há que contrapor «três grandes potenciais por concretizar», avisou Fernando Perna. Um deles é o Turismo de Natureza, setor para o qual «ainda não abriram linhas de incentivo». «Estamos a falar do apoio a atividades como birdwatching, pequena habitação, percursos pedestres e outros na mesma linha», explicou.

O investimento no Património Cultural também está longe de ser o desejável, neste caso por falta de candidaturas. «Até agora, há apenas um grande investimento, no Promontório de Sagres, porque foi o único que concorreu». Neste caso, o facto de, em muitos casos, as entidades elegíveis serem as autarquias e estas «estarem a atravessar grandes dificuldades» tem sido determinante.

Também «o reordenamento das atividades económicas», um dos eixos do PO Algarve 21, não foi ainda convenientemente desenvolvido. O programa que enquadra a atribuição de fundos comunitários na região, na sua estratégia, definiu apoios ligados não só à inovação, mas também à renovação e manutenção de grandes empreendimentos. Uma questão «central», na opinião de Fernando Perna, para o aumento de competitividade da região.

O estudo Competitivtur conta com um segundo módulo, que irá comparar a competitividade do turismo algarvio com o das 14 regiões da costa de Espanha. Este levantamento já começou a ser feito no ano passado e terá nova fase «a partir de outubro».

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