CUVI entrega nova petição ao Parlamento e promove memorial às vítimas da EN125

A Comissão de Utentes da Via do Infante vai entregar, no final do mês de junho, uma nova petição dirigida […]

A Comissão de Utentes da Via do Infante vai entregar, no final do mês de junho, uma nova petição dirigida à Assembleia da República, exigindo a suspensão das portagens, anunciou hoje a CUVI.

No dia 1 de julho, a Comissão vai erguer um Memorial às vítimas da “estrada da morte”, ao longo de toda a EN125, nomeadamente nos “pontos negros” identificados. Neste dia, «poderão ocorrer ações surpresa contra as portagens em alguns pontos do Algarve».

A CUVI vai também, na primeira quinzena de julho, em data ainda a definir, promover uma nova marcha de veículos envolvendo a Ponte Internacional do Guadiana, com a colaboração dos vizinhos espanhóis da Andaluzia.

Estas três ações para «pôr um ponto final nas portagens da Via do Infante» foram decididas no fim de semana, durante uma reunião em Armação de Pera, onde os seus membros analisaram a situação no Algarve decorrente das portagens e marcaram novas iniciativas e ações de luta pela supressão das portagens na região.

A CUVI considera que se continua a agravar «o pior cenário para o Algarve com a introdução das portagens, previsto a seu tempo pela Comissão de Utentes: nos primeiros meses do ano os acidentes de viação e os feridos graves mais que duplicaram, e as vítimas mortais são superiores, na EN 125 e vias secundárias, relativamente ao mesmo período do ano anterior».

«Os problemas complicaram-se muito mais com a paragem das obras de requalificação da EN125, suspeitando-se que não recomecem tão cedo, ou que terminem de vez quando as empresas do consórcio estão a entrar na insolvência», acrescenta a Comissão.

«Onde estão aqueles deputados eleitos pelo Algarve que diziam que iriam apelar “a um levantamento das populações” caso as obras de requalificação parassem? Antes também prometeram que “portagens no Algarve nunca”! São deputados eleitos pelo PS, PSD e CDS e que têm, sistematicamente, votado no Parlamento contra a suspensão das portagens na Via do infante. São vozes completamente silenciadas e vendidas aos interesses nefastos do governo da troika, vozes completamente desacreditadas perante as populações da região», acusa a CUVI.

Mas a Comissão entende que a situação «vai degradar-se de forma dramática com a chegada do verão e com o fim das isenções das viagens – na EN125 as filas e o caos rodoviário irão atingir o insuportável, os acidentes de trânsito e as mortes irão disparar e a A22 ficará ainda mais ao abandono, quando as perdas de tráfego, nesta altura, se situam em cerca de 60%».

Será, segundo a CUVI, «uma autêntica calamidade numa região que assenta, fundamentalmente, na atividade turística. Perante tal gravidade, é lamentável que a AMAL apenas se preocupe com a paragem das obras e com o fim das isenções e não apele à suspensão imediata das portagens!».

Por outro lado, o Tribunal de Contas veio dar razão à Comissão de Utentes quando o seu relatório de auditoria indica que o Estado e os contribuintes saem gravemente lesados com as portagens. «O “regime de disponibilidade” contratualizado só vai favorecer as concessionárias, incluindo a Euroscut, e as entidades bancárias. Além dos contratos paralelos que vão levar aos “benefícios sombra”, as receitas de portagens apenas cobram 30 a 40% dos custos totais e a introdução de portagens não foi antecedida de uma avaliação e quantificação dos custos que “afetam diretamente os utentes”, como sendo os encargos relativos ao aumento da sinistralidade e aos impactos económicos e sociais das regiões afetadas, como o Algarve», diz a Comissão.

Por isso, a CUVI volta a defender que o governo deverá «suspender imediatamente as portagens» E lamenta que «o governo e, em particular, o ministro da Economia, ainda não se tenha dignado receber esta Comissão. O pedido de reunião data de agosto do ano passado, o qual foi reiterado na assembleia de utentes, em Vila Real de Santo António, no passado mês de abril».

A Comissão de Utentes interroga ainda: «Que esperam as forças vivas do Algarve – autarcas, entidades empresariais, sindicais, cívicas e outras, juntamente com todos os utentes e cidadãos, para promoverem uma ampla plataforma e um levantamento contra as portagens? Quando o Algarve estiver irremediavelmente perdido e destruído? Será demasiado tarde! É preciso agir imediatamente! A Comissão de Utentes apela a todos os utentes e outros cidadãos e organismos para que se mobilizem e lutem, sem medo, para acabar com as portagens no Algarve! O tempo é de ação e não de resignação».

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