“Portugal vive uma pirâmide invertida. Daqui a 10, 15 anos, não vai ter recursos humanos para as oportunidades de trabalho.” Esta foi a principal mensagem deixada pelo economista e professor universitário João Duque, na sua recente visita à comunidade escolar do Colégio Internacional de Vilamoura.
“A crise financeira – como se chegou até aqui e como dar a volta” serviu de mote para a visita do economista e diretor do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), João Duque. “Esta não vai ser a última crise do sistema capitalista. A crise é um fenómeno normal”, num mundo globalizado e onde a liberdade de transferência de pessoas é uma realidade, disse.
João Duque não encara como viável a possibilidade de voltar a viver sob a égide do escudo. Mas, para ir em frente (“fazer o que nos propuseram para voltar a ganhar a confiança do mercado”), refere, é preciso evitar o pânico, uma vez que “este é altamente destruidor de todos os sistemas”. O economista vê alguma saída nas potencialidades geográficas do país, referindo que é preciso explorar um nicho: o de Portugal como bom porto de saída e de entrada de produtos.
Confrontado com um receio coletivo de que a estes jovens não espera um bom futuro, o convidado contrapõe: “vão herdar uma grande dívida, mas também herdarão um enorme património habitável. E isso pode ser uma coisa boa!”
João Duque alertou os jovens da necessidade de estarem preparados para um mundo global, pleno de diversidade cultural, religiosa, política e económica…” e para “estar muito tempo ou intermitentemente fora de Portugal”, trabalhando “numa língua diferente da língua mãe.” Deixou assim o conselho de, sempre que possível, encontrar empresas portuguesas que tenham abertura para que se possam fazer experiências no exterior. “Ao fazê-lo sob a bandeira de projetos nacionais, estarão a enriquecer o país com o vosso know-how”.
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