O pior dos quadros públicos é que aproveitam os Quadros Europeus para inventar rodas quadradas, em vez de usar as que já rodam algures. Repito a frase da coluna anterior, pois se aplica em muitos setores onde as PME poderiam exportar mais e assim gerar emprego e reduzir a dívida.
Em recentes debates no Algarve e em Lisboa, ouvi como muitas PME que já começaram a exportar e as que poderiam exportar, reclamam da burocracia e, sobretudo, de como só meias-verdades são externadas.
As instituições fazem alarde dos programas, mas todos sabemos que muitos deles têm tais exigências que na prática só os amigos da corte conseguem algumas migalhas.
Este sentimento de injustiça económica se alastra e vemos agora os resultados.
Como escrevi no ano passado, a economia paralela cresce e a receita de impostos cai. Isto ocorre em qualquer país do mundo nesta situação. Aqui perderemos uns 20% em 2012.
Escrevi já em 2005 que o Turismo no Algarve cairia muito. Em 2008, registou os mesmos 12 milhões de visitantes que em 2000.
O pior é que o brutal aumento das camas em hotéis e das cadeiras em restaurantes reduziu as margens dos empresários, que desempregam os que têm mais tempo de casa, i.e, mais experiência. A queda da qualidade reflete-se dois ou três anos depois. Como eu disse no Congresso de Marketing em Lisboa, hoje não adianta a publicidade tradicional nem divulgar destinos. O passa-palavra pelas redes sociais domina e cada vez mais o turista que gasta quer emoções únicas. Só profissionais altamente motivados as podem oferecer.
Na FNAC Algarve continuará o debate sobre as alternativas que podem dinamizar o turismo moderno e exportar o que depois abrirá as portas aos visitantes que querem emoções.
Por exemplo desfrutar de flores, conhecer as plantas medicinais mediterrânicas, participar da colheita de azeitonas ou framboesas para exportação.
Venha dar a sua opinião, dia 2 de maio, às 21h00, na FNAC Algarve.
Autor: Jack Soifer é autor dos livros «Empreender Turismo de Natureza», «Portugal Rural» e «Como Sair da Crise»
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