PSD contesta ampliação do estacionamento pago em Portimão, Câmara diz que não há decisão

O PSD/Portimão contestou hoje a alegada intenção da Câmara Municipal de «tarifar o estacionamento à superfície em toda a malha […]

O PSD/Portimão contestou hoje a alegada intenção da Câmara Municipal de «tarifar o estacionamento à superfície em toda a malha urbana central da cidade».

O alargamento da zona de estacionamento pago e o aumento do tarifário são apresentados como o resultado de um estudo que a empresa municipal Portimão Urbis terá, segundo afirmam os social-democratas em comunicado, encomendado a uma empresa externa e que até já terá sido entregue à Comissão de Trânsito de Portimão.

O executivo autárquico, de maioria PS, nega, porém, que esteja iminente o aumento da área paga e mesmo dos tarifários.

Fonte do Gabinete da Presidência da Câmara de Portimão assegurou ao Sul Informação que «o executivo ainda não tomou uma decisão sobre o assunto», pelo que o estudo a que o PSD se refere é apenas «um documento de trabalho».

A mesma fonte admitiu que, na última reunião da Comissão de Trânsito, foi apresentado aos seus membros «um estudo feito por técnicos da Portimão Urbis, que tem por base um outro estudo sobre a otimização das linhas do Vai e Vem».

Este segundo estudo, da autoria de uma «empresa portuguesa», «analisa toda a cidade, as linhas do Vai e Vem, o estacionamento disponível, os parques de estacionamento e cruza tudo para, mediante a realidade, definir a otimização do Vai e Vem». Uma das questões analisadas é, precisamente, «o estacionamento, tarifado ou não». Mas «trata-se de um estudo, para debate, não há qualquer decisão tomada».

A fonte do Gabinete da Presidência recordou, contudo, que, «quando as primeiras zonas de estacionamento pago foram criadas na cidade, ficou estabelecido que os residentes teriam direito a estacionar livremente nas suas ruas. Isso implicou que, nas negociações com as operadoras, cada lugar atribuído a residentes fosse compensado com estacionamento tarifado à superfície».

Em resultado disso, de facto a Câmara admite que «é preciso criar mais lugares tarifados em Portimão». Onde vão ser e de que forma serão criados é que não está ainda definido nem decidido.

O PSD/Portimão, no comunicado a que o Sul Informação teve acesso, denuncia que «o estudo aponta ainda para que sejam vedados alguns terrenos privados, onde atualmente se pode estacionar livremente, nomeadamente os terrenos da “Horta do Burro” e da “Horta do Palácio”. Tal vedação de terrenos tem como objetivo a cobrança de estacionamento nesse espaço privado, através de um acordo a celebrar entre os proprietários e a Portimão Urbis», numa operação que classifica como «uma negociata» que permitirá à empresa municipal «fazer face ao enorme passivo que tem».

Os social-democratas acrescentam que o estudo prevê também «o fim do cartão de residente nos moldes atuais».

O PSD portimonense afirma não concordar com a ampliação da área cobrável de estacionamento, porque isso provocará maior despovoamento do centro da cidade, «incentivando a deterioração urbana e contribuindo para o aumento da insegurança» na zona

Sublinha que a falta de estacionamento é «um dos fatores que afasta as gerações mais novas de optarem por residir no centro da cidade».

O alargamento do estacionamento pago é ainda considerado prejudicial para o comércio tradicional, que «já se encontra numa recessão profunda, com largas dezenas de estabelecimentos fechados, fruto da diminuição drástica do número de pessoas que se deslocam ao centro, em parte devido à falta de estacionamento».

Será ainda, na opinião dos social-democratas, uma «medida insensata e insensível» face às dificuldades económicas que as famílias e os empresários atravessam.

Por outro lado, a obrigatoriedade de pagamento de estacionamento «afastará ainda mais os turistas do centro histórico da cidade, contribuindo para o declínio do comércio, da restauração e da ocupação hoteleira».

O PSD defende, por isso, que, «mais uma vez, o Executivo portimonense demonstra estar mais preocupado com a resolução dos problemas financeiros da Portimão Urbis, que garante emprego a uma série de figuras próximas do Partido Socialista, do que com a resolução dos problemas estruturais da cidade, que afetam toda a população».

A terminar o seu comunicado, assinado pelo presidente da Comissão Política Concelhia Pedro Xavier, os social-democratas afirmam que tudo farão «para evitar que o Executivo ponha em prática este estudo, que foi encomendado pela Portimão Urbis e pago com recurso ao dinheiro dos impostos dos portimonenses».

Comentários

pub