A maioria parlamentar PSD/CDS chumbou, ontem, o requerimento do Grupo Parlamentar do PCP para que o secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações fosse à Comissão de Economia e Obras Públicas prestar contas sobre a introdução de portagens na Via do Infante.
A decisão do Governo PSD/CDS de introduzir portagens na Via do Infante no passado mês de dezembro, na sequência de um processo iniciado pelo anterior Governo do PS, teve, segundo os comunistas, «reconhecidamente, um impacto extremamente negativo na região algarvia. Impunha-se, assim, proceder a uma avaliação profunda e séria dos efeitos negativos desta medida governamental, objetivo visado pelo requerimento do Grupo Parlamentar do PCP».
Foi exatamente esta avaliação que a maioria parlamentar PSD/CDS se recusou a fazer, «talvez por saber que qualquer avaliação séria conduziria inevitavelmente à conclusão que a introdução de portagens foi um colossal erro e que a única solução é a eliminação imediata dessas mesmas portagens», sublinha o PCP.
Para os comunistas, «PSD e CDS preferiram ignorar a realidade que se vive no Algarve, refugiando-se no estafado argumento do utilizador-pagador, alegando que ainda é cedo para fazer uma avaliação da situação, dissertando sobre os modelos de pagamento de portagens (como se este fosse o problema!), etc…»
«Não deixa de ser significativo que nenhum dos deputados do PSD e do CDS (assim como do PS) eleitos pelo Algarve se tenha dignado comparecer na Comissão de Emprego e Obras Públicas para discutir o requerimento do PCP sobre as portagens na Via do Infante, prescindindo do seu direito regimental de participar e intervir em qualquer comissão parlamentar e do seu dever de defender a região algarvia, tão flagelada pelas erradas opções de sucessivos governos da política de direita».
O PCP, afirmando-se «coerente com as posições que sempre tem assumido», garante que «continuará a sua luta pela abolição das portagens na Via do Infante».
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