Ministério está a ponderar continuação dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social

«Há esperança na renovação dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS), que estão a ser avaliados, mas nada está ainda […]

«Há esperança na renovação dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social (CLDS), que estão a ser avaliados, mas nada está ainda definido concretamente» pelo Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, revelou esta sexta-feira, em Portimão, a diretora do Centro Regional de Segurança Social do Algarve.

Ofélia Ramos acrescentou ainda que «os projetos estão a ser avaliados e está a ser ponderada a sua continuação» por parte do Ministério da Solidariedade e da Segurança Social. «Impõe-se a intervenção do Estado e de todos nós nas questões da exclusão social, mas o que é certo é que há limitações orçamentais», sublinhou, cautelosa.

A diretora do CRSS algarvio participava na sessão que fechou o seminário de dois dias sobre «CLDS – Dinâmicas de Inclusão no Algarve», que teve lugar no Museu de Portimão, com organização do GRATO – Grupo de Apoio aos Toxicodependentes de Portimão.

O seminário destinou-se precisamente a apresentar os resultados dos três anos de trabalho dos seis projetos algarvios no âmbito dos CLDS, que tiveram lugar em Portimão, Faro, Alcoutim e Castro Marim (em conjunto), Monchique, Loulé e Tavira. Todos estes projetos terminaram o seu período de vigência 2009/21012 precisamente nesta sexta-feira, dia 13, à exceção do projeto tavirense, que começou mais tarde.

E por isso, para lá dos excelentes resultados e sucessos de projetos que trabalharam de forma direta com algumas das populações mais desfavorecidas do Algarve, a questão que se colocou foi a necessidade da continuação destes CLDS.

«Na situação de emergência social que se vive no país, tem obrigatoriamente que haver não só a continuação dos contratos CLDS, como ainda mais projetos destes», defendeu Francisco Amaral, presidente da Câmara de Alcoutim.

A mesma opinião foi partilhada por Nídia Cavaco, diretora do departamento de Ação Social e Educação da Câmara de Faro: «em tempos de crise, mais do que nunca faz sentido a continuação dos CLDS e até que as suas equipas sejam reforçadas com mais técnicos».

Isabel Guerreiro, vereadora da Câmara de Portimão, por seu lado, sublinhou que «os benefícios destes projetos são tão elevados, tão elevados, que eles só podem ter continuidade».

«Dizem os livros, dizem os técnicos, nós sentimo-lo como autarcas, que intervenções destas só têm resultados efetivos se perdurarem no tempo», acrescentou Isabel Guerreiro.

Apesar das palavras cautelosas da diretora do CRSS do Algarve, que apenas admitiu haver «uma preocupação da tutela com estes projetos, que têm resultados reconhecidos», a verdade é que o secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social garantiu, no passado dia 26 de março, a continuidade dos Contratos Locais de Desenvolvimento Social, adiantando mesmo que o Governo prevê investir mais de dez milhões de euros nos próximos dois anos.

Os 54 CLDS assinados a nível nacional, seis dos quais no Algarve, estão na fase final do seu período de vida, mas Marco António Costa, numa deslocação a Vila Franca de Xira, assegurou a continuidade dos projetos, através da assinatura de novos protocolos ou da renovação dos já existentes.

Como diria Luís Coxo, um dos técnicos do projeto «Eu Conto», promovido pelo GRATO nos bairros sociais da Cruz da Parteira e de Miracabo (Cardosas), em Portimão, « a pulso, com muito trabalho, conquistámos a amizade e a cumplicidade dos nossos utentes». E essa «confiança das famílias» não pode agora ser desperdiçada, ao fim de três anos de trabalho intenso.

No encontro em Portimão, de âmbito regional, foram partilhadas experiências pelos técnicos que representam os diversos CLDS – Contratos Locais de Desenvolvimento Social existentes no Algarve e a importância destas iniciativas que permitam combater a exclusão social para as populações carenciadas a que se destinam.

O seminário contou ainda com a participação de pessoas que são beneficiárias e participam nestes projetos, que mostraram muito do seu trabalho com apresentações ao nível da música, do canto e do teatro.

Nota: As fotos foram gentilmente cedidas por Luís Coxo.

 

 

 

 

 

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