Mário Dias quer renovação e reavaliar o rumo da Concelhia de Faro do PS

Renovar, reavaliar, reorganizar. Motes que não escondem a vontade de Mário Dias, que apresentou esta quarta-feira ao final da tarde […]

Renovar, reavaliar, reorganizar. Motes que não escondem a vontade de Mário Dias, que apresentou esta quarta-feira ao final da tarde a sua candidatura à presidência da Concelhia de Faro do PS, de alterar drasticamente o rumo deste partido, na capital algarvia.

Antes de tudo o mais, um aviso à navegação. «Não sou candidato à Câmara. Ponto!», assegurou. Mário Dias também não traz à liça nenhum nome, até porque «o PS está muito bem artilhado de potenciais candidatos», remetendo a decisão para o escrutínio universal pelos militantes da concelhia, algo «que os estatutos já preveem».

O militante socialista e os seus apoiantes querem «Mudança em Ação – Participar, renovar, vencer!», lema que escolheram para a sua moção e dizem não estar sozinhos ao defender esta renovação. «Fizemos várias iniciativas de audição. E percebemos que vários camaradas estavam desapontados com o partido. Alguns estavam mesmo prontos a entregar o cartão», assegurou.

A candidatura de Mário Dias surgiu de um grupo «que já há algum tempo reflete sobre questões do partido». Estes militantes socialistas são a sua base de apoio. E, ainda que sem tantos militantes de peso como o seu adversário que já formalizou a candidatura, Luís Graça, não faltaram caras conhecidas na apresentação deste projeto, nem sequer o coordenador autárquico do PS no Algarve António Eusébio.

«As expetativas do nosso grupo são promover a mudança e implantar uma nova metodologia de participação efetiva», resumiu. Até agora, sente o candidato à liderança do PS/Faro, os militantes de base apenas eram chamados à participação, «em alturas como esta», ou seja, nos atos eleitorais, onde são confrontados «com situações de facto consumado».

Para que isso deixe de acontecer, defende a criação de uma Plataforma Política Permanente, um «fórum dirigido aos militantes, simpatizantes e população em geral» que queira «pensar o concelho e as suas prioridades». Também quer ver «grupos temáticos», na Comissão Política do PS/Faro.

 

Sangue novo e corte com o passado, sem apontar dedos

 

Mário Dias defende sangue novo na direção do PS/Faro, que ele próprio personifica, já que esteve, até agora, afastado da estrutura. O candidato a líder dos socialistas farenses não esconde, de resto, a vontade de cortar com algumas situações do passado, ainda que sem crucificar ninguém.

«Tenho orgulho no passado do PS. Mas tenho menos orgulho de umas coisas do que de outras», confessou. Assim, há que «reavaliar as boas e más decisões», porque considera que «essa tão propagandiada união, não pode ser sinónimo de ocultação».

«Nada me move contra ninguém. Acho que ninguém deve ser estigmatizado ou ostracizado» pelas suas ações passadas, disse. Mas quer que os que «já tiveram papéis importantes» reconheçam os problemas que considera que existem no PS/Faro.

 

Propostas convergentes e não é por acaso

 

As propostas de Mário Dias e Luís Graça, até agora os dois candidatos à liderança do PS/Faro, são similares, em muitos pontos, até na recusa de ambos em se assumirem como candidatos à presidência da autarquia. Algo que Mário Dias considera natural.

«Reconheço que há muitos pontos de convergência. Isso pode ser explicado por estarmos ambos no PS», considerou. «O que podemos avaliar é o momento em que surgem», acrescentou.

Antes das perguntas do Sul Informação, o candidato à concelhia de Faro do PS já se tinha referido à candidatura adversária. «Tenho o maior apreço e respeito pelo Luís Graça. Quando o projeto começou, há algum tempo, foi uma das primeiras pessoas que convidei. Ele recusou, alegando razões pessoais e familiares, que eu entendi. Na altura, apresentei-lhe as minhas propostas, nas quais ele disse que se revia por inteiro», afirmou.

Questões que menosprezou, até porque, asseverou, «no final disto tudo, o objetivo é que o nosso principal adversário seja a má gestão do presidente da Câmara Macário Correia».

 

O currículo

 

Mário Dias tem 49 anos, é licenciado em Engenharia Agronómica e trabalha na Direção Regional de Agricultura e Pescas do Algarve.

Comentários

pub