Rally de Portugal: Ford e Citroën no topo da qualificação

Os dois pilotos da Ford, Jari-Matti Latvala e Petter Solberg, respetivamente, foram os mais rápidos, enquanto os rivais da Citroën, […]

Os dois pilotos da Ford, Jari-Matti Latvala e Petter Solberg, respetivamente, foram os mais rápidos, enquanto os rivais da Citroën, Mikko Hirvonen e Sébastien Loeb, ficaram logo atrás, na terceira e na quarta posições, na especial de qualificação desta quarta-feira para o Rally de Portugal, que começa amanhã.

A fechar os cinco primeiros surgiu o primeiro privado, Ott Tanak, que corre com um Ford Fiesta WRC preparado pela M-Sport.

Com as diferenças entre os dois pilotos do construtor francês definidas ao milésimo de segundo, a “qualifying stage” foi muitíssimo emocionante.

Menos feliz foi o brasileiro Paulo Nobre que capotou o Mini WRC e ainda não sabe se poderá alinhar no Vodafone Rally de Portugal que começa amanhã.

Os pilotos da Ford ditaram o andamento na qualificação. Petter Solberg obteve o segundo melhor tempo no exigente troço de Vale do Judeu, ao estabelecer o registo de 3m03,6s. O noruguês admitiu que podia ter sido mais rápido se não tivesse hesitado num dos cruzamentos da especial.

Desta forma, quem mais brilhou foi Jari-Matti Latvala. Quinto piloto a partir para a classificativa, o finlandês estabeleceu o tempo de 3m01,8s. “Senti-me bem e gostei muito de fazer o troço”, afirmou.

Quando questionado acerca da posição que vai escolher para partir amanhã, Latvala respondeu: “Se chover, quero sair na frente, mas se estiver seco prefiro largar atrás. Se, neste caso, estiver muito pó, então teremos de correr alguns riscos.”

Sébastien Loeb apenas conseguiu o quarto tempo (3m04,249s), mas estava satisfeito com o resultado obtido porque, apesar de querer alcançar um bom resultado, optou por não correr qualquer risco numa especial tão traiçoeira.

O seu companheiro de equipa, Mikko Hirvonen, estabeleceu o terceiro melhor registo. O finlandês ficou a mais de dois segundos de Latvala mas bateu Loeb por escassos 17 milésimos de segundo. O piloto da Citroën admitiu que cometeu pequenos erros, mas mostrou-se contente com o resultado.

Os restantes pilotos estabeleceram tempos entre os 3m05s, com Novikov em sexto, e os 3m10s, com Dennis Kuipers a ficar na 14.ª posição. Armindo Araújo foi o 12.º mais rápido, depois de cumprir os 4,96km da especial em 3m09,8s.

“Correu tudo bem. Não cometemos qualquer erro. Fizemos um bom shakedown e qualificação correu sem qualquer problema”, afirmou o português.

Van Merksteijn Jr. e Nasser Al-Attiyah ficaram mais atrás e explicaram que, ambos, falharam em determinados momentos da especial. O holandês confessou ter cometido um erro num ponto de travagem, enquanto o qatari da Citroën falhou um cruzamento e deixou, inclusive, o carro ir abaixo.

A maioria dos pilotos gostou do troço de qualificação e estava satisfeita com os respectivos desempenhos. Contudo, com a possibilidade das condições meteorológicas se alterarem, o verdadeiro desafio vai ser escolher a melhor posição na ordem de partida. Tudo indica que a chuva poderá surgir e isso significa que um lugar entre os primeiros a sair para os troços é vantajoso.

Mas se tal não acontecer, aqueles que abrirem a estrada vão sofrer, tal como aconteceu no ano passado, com falta de tracção e maior desgaste de pneus nos seus carros.

Relativamente ao acidente de Paulo Nobre, o piloto do WRC Team Mini Portugal, explicou que bateu numas pedras e o carro sofreu danos que agora serão analisados pelos técnicos da equipa de modo a perceberem se o carro é recuperável a tempo da partida, amanhã, com a super-especial em Lisboa.

Os pilotos que participaram na qualificação vão escolher a posição na estrada, para os troços de amanhã.

 

“Qualifying Stage” é novidade da edição 2012 do Mundial de Ralis

 

O Vodafone Rally de Portugal começa esta quinta-feira mas os pilotos já aceleraram hoje durante o “qualifying”, uma das novidades regulamentares da presente época e que, este ano, se assume como um dos momentos determinantes das provas de terra do Mundial de ralis, pois é a partir do mesmo que se define a ordem de partida para o primeiro dia de competição.

Denominado de “especial de qualificação” (em inglês, qualifying stage), este momento assume, desde que a época começou, uma importância maior do que antigamente, em que servia, em exclusivo, para os pilotos fazerem os últimos testes e afinações aos carros de competição.

Aquela fórmula apenas se aplica nos ralis de neve e terra: os pilotos com prioridade 1 FIA têm uma janela de duas horas, durante a prova de teste, para poderem treinar. Depois disso, e pela ordem de classificação no campeonato, fazem uma passagem contra o relógio para determinar a ordem de partida para o primeiro dia. O mais rápido é o primeiro a escolher, enquanto aqueles que não conseguirem completar a sua sessão ficam com os lugares que os adversários não quiserem. Nos dias seguintes de competição, os pilotos saem para a estrada pela ordem inversa à da classificação referente ao final do dia anterior.

Jari-Matti Latvala, piloto da Ford que este ano já venceu no Rali da Suécia, explica porque é que ser o primeiro na estrada nem sempre é o melhor, especialmente em ralis de terra. “Neste tipo de provas existe muita terra solta e por isso é importante partir o mais atrás possível para não termos de ‘limpar’ a estrada”, afirma o finlandês. “Por outro lado, se chover, é melhor sair na frente porque a seguir as especiais ficam cada vez mais lamacentas e escorregadias.”

Sébastien Loeb, concorda com o seu adversário, mas ressalva que estes princípios apenas se aplicam “em condições normais”, porque se houver muito pó e as condições meteorológicas não contribuírem para a sua dissipação, partir atrás pode não ser tão positivo como o esperado.

Por isso, e com a introdução de três troços noturnos, a maioria dos pilotos está à espera por previsões meteorológicas mais exatas para os dias de competição e, só depois, tomará uma decisão relativamente à escolha da posição de partida. Uma coisa é certa, todos os pilotos vão “andar a fundo” durante o qualifying, como sustenta Evgueny Novikov, porque ninguém quer ser o último a escolher o seu lugar.

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