Quase 200 pessoas viajaram até à Pré-História em Alcalar

Quase duas centenas de pessoas estiveram no sábado no Centro de Interpretação dos Monumentos Megalíticos de Alcalar, para participar nas […]

Quase duas centenas de pessoas estiveram no sábado no Centro de Interpretação dos Monumentos Megalíticos de Alcalar, para participar nas atividades que marcaram a sua reabertura “sob nova gerência”.

O transporte de enormes blocos de pedra como o faziam os homens de há 5000 anos e o ateliê para aprender a fazer cerâmica como nos tempos pré-históricos foram as actividades mais procuradas pelos visitantes, num dia em que o tempo fez muitas caretas, mas onde as poucas pingas de chuva que caíram não chegaram para afastar os visitantes.

O transporte dos blocos de pedra, numa estrutura com troncos de madeira e cordas, foi até testado com sucesso por Manuel da Luz, presidente da Câmara de Portimão, pela vereadora da Cultura Isabel Guerreiro, pela diretora regional de Cultura Dália Paulo, ou pelo professor Claus Dobiat, da Universidade de Marburgo (Alemanha).

Estas “provas de força” tiveram lugar depois da assinatura do protocolo de gestão partilhada do Centro de Interpretação de Alcalar entre a Direção Regional de Cultura do Algarve e o Município de Portimão. Nos termos deste protocolo, que foi assinado em cima do pedregulho que servia para os visitantes testarem as suas forças e habilidade, formaliza o facto de Alcalar ser, desde 1 de março, uma extensão do Museu de Portimão.

Apesar de não haver muitas mudanças visíveis à primeira vista em Alcalar, com este novo estatuto, a verdade é que há, pelo menos, uma alteração de peso: os monumentos megalíticos mais importantes do Algarve passam a ter um horário regular de funcionamento e de abertura, ao longo de toda a semana, assegurado por funcionários e técnicos do Museu de Portimão, em sistema rotativo.

Assim, o Centro pode ser visitado de terça-feira a sábado, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 16H30 (horário em vigor até 31 de junho), com ingressos a 2 euros.

Caso o público também deseje visitar o Museu de Portimão, onde se encontram expostos alguns dos materiais e peças originais descobertos nos monumentos megalíticos de Alcalar, poderá adquirir um bilhete conjunto por apenas 4 euros.

Por outro lado, a Oficina Educativa do Museu vai promover atividades regulares em Alcalar, algumas delas para escolas e mediante marcação prévia, outras a assinalar datas importantes no que diz respeito ao património e aos museus. As próximas iniciativas estão já a ser programadas para 21 de abril, para comemorar o Dia dos Monumentos e Sítios.

 

Protocolo abre novo capítulo para Alcalar

Dália Paulo, diretora regional de Cultura, salientou, durante a assinatura do protocolo, que a estrutura que dirige manterá a responsabilidade sobre a manutenção e conservação dos monumentos megalíticos de Alcalar, bem como continuará a assumir a «área da produção de conhecimento, através da investigação».

A diretora regional recordou mesmo que, ainda recentemente, aquele organismo promoveu uma «intervenção imediata de conservação e restauro da fachada» do túmulo nº2, que tinha ruído parcialmente devido às chuvas do início do outono passado.

Dália Paulo acrescentou que o facto de o Museu de Portimão assumir a gestão de Alcalar traduz «um novo modelo de gestão patrimonial e cultural no Algarve, muito importante, por exemplo, ao nível da educação patrimonial».

Por seu lado, Manuel da Luz, presidente da Câmara, sublinhou que a autarquia «sempre se mostrou disponível para colaborar com a administração central em diversas áreas», frisando que «o poder local é um poder de proximidade».

O autarca salientou que «o património é uma forma de estarmos vivos», já que «um povo que não tenha memória não sobrevive».

Manuel da Luz disse ainda que, através do novo modelo de gestão de Alcalar enquanto extensão do Museu de Portimão, será possível «potenciar mais valias», ao mesmo tempo que se garantirá que «aqui, ao menos na Cultura e no Património, não haverá sazonalidade, já que o monumento poderá passar a estar aberto ao longo de todo o ano».

A assinatura do protocolo entre a Direção regional de Cultura e a Câmara/Museu de Portimão teve uma assistência especial – as cerca de três dezenas de alunos do programa de doutoramento em Pré-História da Universidade de Marburgo, na Alemanha. O grupo percorreu demoradamente o complexo megalítico de Alcalar, tendo como guia Rui Parreira, arqueólogo que há longos anos investiga estes importantes testemunhos pré-históricos.

Os estudantes de doutoramento eram acompanhados pelo professor Claus Dobiat e ainda pela professora Dirce Marzoli, professora convidada da mesma universidade alemã e diretora do departamento de Madrid do Instituto Alemão de Arqueologia.

 

 

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