Hortas Sociais Urbanas de Lagos já estão a ser cultivadas no Parque das Freiras

A cerimónia de inauguração das Hortas Sociais Urbanas teve lugar no sábado, dia 17, no Parque das Freiras em Lagos, […]

A cerimónia de inauguração das Hortas Sociais Urbanas teve lugar no sábado, dia 17, no Parque das Freiras em Lagos, num encontro que reuniu o executivo municipal, os parceiros do projeto, bem como os familiares e amigos dos futuros hortelãos. Foram entregues parcelas de terreno a 28 famílias de Lagos.

A atribuição destas parcelas de terreno a 28 famílias de Lagos aconteceu no passado sábado, dia 17, no Parque Dr. Júdice Cabral (vulgo Parque das Freiras) com o intuito de assinalar a entrada na primavera, que agora se inicia.

Esta iniciativa está enquadrada num projeto mais vasto, intitulado “Agricultura Biológica para Todos”, e do qual fazem parte ações de sensibilização e de formação, onde se inclui a realização de workshops sobre agricultura biológica e alimentação saudável.

Reforçar a prática de agricultura social, suscetível de constituir um reforço alimentar saudável como complemento de subsistência alimentar das famílias, desenvolver hábitos alimentares saudáveis, incentivar a requalificação ambiental de terrenos camarários abandonados, subaproveitados ou com uso inadequado e valorizar o espírito comunitário na utilização do espaço público e na manutenção do mesmo, são os principais objetivos deste projeto.

Presentes nesta cerimónia informal estiveram, para além dos hortelãos e familiares, o executivo municipal, o diretor regional adjunto de Agricultura e Florestas do Algarve, Ezequiel Pinho, o presidente da Assembleia Municipal de Lagos Paulo Morgado, uma representante da Universidade do Algarve, Celestina Pedras, representantes dos parceiros do projeto – Algar e Biosite – , os presidentes de Junta de São Sebastião e Sta. Maria, entidades oficiais do concelho e demais convidados.

Para enquadrar o projeto das Hortas Sociais Urbanas, falou o vice-presidente da Câmara António Marreiros, que começou por felicitar o grupo de trabalho responsável pelo projeto e que é composto por técnicos da autarquia das mais variadas áreas, aproveitando a ocasião para agradecer todo o apoio prestado pelos parceiros do projeto, a Algar, a Biosite e a Universidade do Algarve.

Em relação à atribuição das parcelas de terreno, referiu que esta é feita a título gratuito”, lembrando que, aos hortelãos, cabe apenas o pagamento do valor correspondente aos consumos de energia elétrica e de água, necessários às atividades desenvolvidas no âmbito deste projeto, e que “a água será paga a preço de custo e não mais do que isso. Não vão ter de pagar mais taxas nenhumas”.

Lembrou que todos os hortelãos irão ter formação, na área de Horticultura Biológica, promovida por um dos parceiros desta iniciativa – a Biosite, uma vez que “o que pretendemos é que os produtos cultivados nestas hortas sejam o mais saudável possível”.

A terminar, António Marreiros não quis deixar de referir que “o concurso lançado, no final do ano passado, para a atribuição destas parcelas superou todas as expectativas da autarquia”, uma vez que ainda ficaram em lista de espera cerca de 20 famílias candidatas. A ideia será, numa fase seguinte, “estender o projeto a outras zonas do concelho, inclusivamente às freguesias”.

O diretor regional adjunto Ezequiel Pinho aproveitou a ocasião para felicitar a Câmara Municipal e os próprios hortelãos pelo facto de terem tornado possível este projeto.

Referiu que a entidade que representa “tem andado bastante atenta a estes projetos das hortas sociais e que têm aprendido bastante”. Referindo que, “passaram-se muitos anos em que a sociedade não soube valorizar valores como o espírito de entre ajuda e o associativo. Felizmente voltamos agora a olhar para eles”. Desejando boa sorte a todos os hortelãos, Ezequiel Pinho mostrou-se disponível para estar presente “na altura da 1ª colheita dos produtos cultivados nestas 28 hortas”.

A terminar a cerimónia usou da palavra o presidente da Câmara Júlio Barroso, que voltou a agradecer a todos os envolvidos nesta iniciativa por terem tornado possível a concretização das Hortas Sociais Urbanas, em Lagos.

Lembrando que nos últimos anos as atividades primárias, como a agricultura e a pesca, têm vindo a ser abandonadas, o autarca quis deixar um apelo para que todos “estejam sensibilizados para a grande importância que este sector, e a agricultura em especial, pode desempenhar para a melhoria da nossa condição económica e para o bem estar das famílias e das populações”.

Falando um pouco dos objetivos do projeto (já cima referidos) o presidente aproveitou para relembrar que a cedência das parcelas de terreno para hortas sociais tem fins sociais e ambientais, pelo que está sujeita a critérios de interesse público. Neste sentido, todos os candidatos tiveram que preencher, pelo menos, um dos requisitos plasmados no Regulamento.

Para o autarca “felizmente e infelizmente ainda ficaram candidatos na lista de espera. Felizmente porque nos diz que há muitas pessoas que estão sensibilizadas ambientalmente e dispostas a cultivarem os seus próprios produtos e infelizmente porque não conseguimos nesta primeira fase dar resposta a todos os candidatos. Iremos agora estudar outras alternativas e outros terrenos para que isso possa acontecer.”

Recordando que “nada se colhe sem ser semeado”, disponibilizou-se para acompanhar o projecto e deixou aos hortelãos, em tom de brincadeira,  “o desejo de muitos calos nas mãos e boas culturas”.

 

Requisitos:

De acordo com o Regulamento (aprovado pela Assembleia Municipal na sua sessão de novembro de 2011, reunião de 05/11/2011), podia candidatar-se à participação neste Projeto qualquer residente na área do Município de Lagos, desde que preenchesse, pelo menos um, dos seguintes requisitos (mediante apresentação do respetivo comprovativo):

a) Ser beneficiário de apoios sociais;

b) Ser reformado/pensionista;

c) Ter rendimento igual ou inferior ao rendimento mínimo;

d) Pertencer a família numerosa (mais de 5 elementos).

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