Edição de 2011 do Rally de Portugal garantiu 92 milhões de euros de retorno

Fernando Perna, professor e investigador da Universidade do Algarve, revelou que o impacto económico gerado pelo Vodafone Rally de Portugal […]

Fernando Perna, professor e investigador da Universidade do Algarve, revelou que o impacto económico gerado pelo Vodafone Rally de Portugal aproxima-se dos 92 milhões de euros, sendo que 49,6 milhões de euros têm a ver com despesa direta que entrou nas regiões.

“Este é um resultado só ultrapassado pelo Euro 2004, mas que tem uma enorme vantagem: acontece todos os anos e tem uma consistência ao longo dos anos”, explicou Fernando Perna, na apresentação da prova, que decorreu no Estádio Algarve.

O investigador apresentou as conclusões referentes ao estudo realizado sobre o impacto da última edição do evento. “Este é um estudo que temos vindo a efetuar ano após ano. Trata-se do acompanhamento de monitorização do que tem sido este evento no Algarve e Baixo Alentejo, e agora também em Lisboa”, explicou.

Saber qual a imagem para o destino, qual o impacto turístico durante a época baixa, quais os efeitos em termos de procura turística nacional e internacional e quais os ganhos económicos deixados na região são os principais objetivos deste estudo que integrou 1200 entrevistados, entre residentes e não residentes, num acompanhamento feito em vários troços do Rally.

Tanto em relação a Lisboa como nos casos do Baixo Alentejo e Algarve, quatro em cada dez dos espetadores do Rally tinham nacionalidade espanhola, com especial incidência das regiões da Andaluzia (30%), devido à proximidade, mas também da Galiza, Astúrias, Cantábria e todo o norte de Espanha, devido à “aficcion” que existe nestas localidades. Outro dos factos a destacar diz respeito à Super Especial de Lisboa que foi uma mais-valia para atrair os adeptos espanhóis, graças à facilidade de ligação.

Mas no caso do público nacional não residente, existe também um grande fluxo do norte e do centro do país, de acordo com Fernando Perna.

O aumento de espetadores do sexo feminino ou a “fidelidade” dos muitos adeptos que, segundo esta monitorização, desde 2008 não falham uma prova, “o que garante a consistência do evento mesmo em épocas de menor favorecimento económico como a atual”, são outras das conclusões do estudo.

Quanto ao impacto em termos de turismo, as conclusões apontam para que cerca de 26% das pessoas que se deslocaram ao Algarve ou Baixo Alentejo na edição de 2011 foi a primeira vez que o fizeram, e fizeram-no porque existia Rally, “o que constitui um resultado excelente”, explicou Fernando Perna. Aliás, 88% do fluxo de turistas que se encontram na região deve-se à existência da prova, pelo que esta é “um fator de atração”.

Por outro lado, em termos de alojamento, 70% dos espetadores escolhem o Algarve e Baixo Alentejo para ficaram alojados, com mais peso no Algarve, sendo que o número de noites chega a prolongar-se para além do Rally.

Se para os residentes o nível de espetacularidade, a boa organização e as boas infraestruturas do Estádio Algarve são os fatores mais determinantes da prova, do lado dos visitantes o grande foco é o cumprimento das regras de segurança do público.

A gastronomia, a paisagem, o clima e o alojamento são os aspetos mais positivos em termos da imagem da região. Quanto à informação sobre o Rally, os jornais e revistas continuam a ser os sítios privilegiados de busca dos adeptos, logo seguidos do website do Rally e internet em geral, que começa a ganhar peso.

Numa análise do impacto económico e social, segundo este estudo, as despesas efetuadas pelos adeptos nacionais cifra-se nos 88 euros, e pelos internacionais é ligeiramente acima dos 100 euros.

Quanto aos espanhóis, houve uma constante no seu volume de despesa (120 euros). Os gastos com alimentação e bebidas sobressaem neste estudo.

Tendo em conta que 61,3% das despesas feitas por estrangeiros correspondem a exportações, “este Rally é mais um contributo enorme não só para as regiões envolvidas mas para todo o país”, sublinhou o coordenador do estudo.

Quanto às expetativas para esta edição, o docente disse que o Rally “não é exemplo do que se passa ao nível da economia, até porque este ano haverá um ligeiro aumento com a expansão a norte”.

A edição de 2012 do Vodafone Rally de Portugal vai para a estrada de 29 de março a 1 de abril.

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