Astronomia: O céu de Março

Um fenómeno conhecido por todos é o da diferente duração dos dias e noites ao longo do ano. Tal é […]

Um fenómeno conhecido por todos é o da diferente duração dos dias e noites ao longo do ano. Tal é consequência do eixo de rotação terrestre não ser perpendicular ao plano da órbita da Terra em torno do Sol.

Deste modo, um hemisfério tende a estar mais iluminado do que o outro e, em consequência, a possuir noites de menor duração.

No entanto existem duas alturas no ano em que ambos hemisférios se encontram igualmente iluminados. Estes são chamados de Equinócios, pois nestas datas o dia tem a mesma duração que a noite.

O mês de Março é a altura do ano na qual o Sol, no seu movimento aparente em torno da Terra, atravessa o Equador Celeste, passando a iluminar mais o Hemisfério Norte do que o Sul. Tal marca o início da Primavera no nosso hemisfério. Por este motivo chamamos a essa data de Equinócio da Primavera. Em 2012 este acontecimento dar-se-á pelas 5h14 de dia 20.

Mas o Sol não é o único astro a deslocar-se na esfera celeste. Ao longo do mês podemos ver como a Lua se vai deslocando no sentido contrário dos ponteiros do relógio, nascendo cerca de 1h10 mais tarde a cada dia que passa.

Céu de Março nos Açores

Dia 8 é possível usar a Lua Cheia de modo a encontrar outro astro errante: o planeta Marte. Quando a Lua nascer, pelas 19h04, Marte situar-se-á um pouco acima desta. Atualmente, Marte encontra-se em oposição relativamente ao Sol, isto é, na direção contrária ao Sol, sendo visível durante toda a noite.

As oposições planetárias correspondem a períodos de maior aproximação à Terra. Mas contrariamente ao indicado por rumores que circulam todos os anos, apesar desta menor distância Marte nunca se verá do mesmo tamanho que a Lua cheia.

Outros dois astros ocupam atualmente uma posição muito próxima no firmamento: Vénus e Júpiter. Estes são visíveis a Oeste logo após o anoitecer. Dias 25 e 26 estes dois planetas podem ser usados como referência na observação do movimento da Lua.

Igualmente podemos aproveitar este mês para observar algumas constelações de Inverno (como Órion, Touro ou Cão Maior) e os objetos a eles associados, sejam Sirius (alfa CMa), a estrela com maior brilho aparente no céu noturno, ou o aglomerado estelar das Plêiades (M45).

Outro aglomerado estelar a não perder é o do Presépio (M44) na constelação do Caranguejo.

Autor: Fernando Gutiérrez Pinheiro

(Centro de Geofísica da Universidade de Coimbra)

Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

 

Notas:

1 – Estão disponíveis dois mapas do céu: um para o continente (referência de posição coimbra) e outro para ponta delgada (Açores). Os mapas foram obtidos através do seguinte software:  http://www.ap-i.net/skychart/start

2 – A hora mencionada para o nascimento da lua vai, naturalmente variar de local para local. De qualquer forma, a indicada foi calculada através do software: http://www.mat.uc.pt/~efemast/netscape/efecalc/pt/intro.htm

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