A Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) propôs, no Encontro Nacional de Direções Associativas (ENDA), que decorreu em Évora no fim de semana, a criação de uma Comissão para analisar a reorganização da rede do ensino superior.
A Comissão, que terá uma duração de seis meses e será constituída por 13 associações/federações, deverá ainda apresentar aos próximos ENDA os respetivos relatórios e pareceres, «de forma a conseguir discutir e contribuir para uma efetiva adequação da rede com coerência e mais-valia para o futuro do ensino superior em Portugal».
«Este passo será fundamental para uma Rede de Ensino Superior adequada e com benefícios para os estudantes, para as instituições e para o País».
No ENDA de Évora, a reorganização da rede do Ensino Superior foi um dos temas mais debatidos e que levou a Associação Académica da Universidade do Algarve (AAUAlg) a apresentar uma moção.
A AAUAlg considera que «esta reorganização é urgente para o desenvolvimento da qualidade no Ensino, quer na generalidade das Instituições de Ensino Superior, quer na especificidade das suas ofertas formativas».
Segundo a Académica algarvia, o problema «prende-se com a pretensão do Ministério da Educação e Ciência em reorganizar uma rede que não parece existir, e ao existir, consistirá única e exclusivamente numa rede dispersa, com instituições a mais ou, no mínimo, com estudantes a menos».
Por isso considera que «identificar os critérios de excelência a nível da formação deixou de ser suficiente, pelo que é indeclinável assegurar que os aparelhos de intervenção sejam idóneos e capazes de formularem e sustentarem as respostas necessárias ao desenvolvimento deste processo».
A AAUAlg admite que «todos os sistemas necessitam de uma adequada auto avaliação e avaliação externa».
No entanto, «apesar da intervenção da tutela, com a criação da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior, A3ES, pressupondo, na teoria, o funcionamento apenas dos ciclos de estudo que demonstrem cumprir os critérios de qualidade estabelecidos, na prática, isso não chega, requerendo-se uma racionalização de recursos, assim como a devida adaptação da oferta formativa a nível nacional, tendo em conta as áreas do conhecimento desenvolvidas a nível regional e considerando as necessidades educativas e potencialidades internas de cada instituição», defende a Associação Académica da Universidade do Algarve.
Por isso, na sua moção, a AAUAlg defende que «é necessário apostar-se numa especialização das instituições e compreender as especificidades de cada região, baseando-se em lógicas de desenvolvimento».
«As bandeiras da oferta formativa de cada instituição devem ser definidas em função da estratégia comunitária, as relações atuais e futuras no tecido empresarial, assim como a investigação que conseguem produzir».
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