Obter um retrato mais atual e pormenorizado da realidade sócio-económica que o País atravessa é o principal objetivo do site “Conhecer a Crise”, o novo projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Para tal, este portal recorre a uma série de dados mensais e trimestrais de diversas fontes de informação como forma de medir a evolução e sentir melhor o modo como os indivíduos, as famílias, as empresas e o Estado estão a reagir às dificuldades e a alterar os seus comportamentos. Só assim é possível ter um debate fundamentado e atual.
É por isto que, paralelamente aos dados oficiais do Banco de Portugal, do Instituto Nacional de Estatística ou do Instituto de Informática da Segurança Social, se recorreu a organizações civis e empresas económicas que detêm informação importante sobre a solidariedade social ou os padrões de consumo dos portugueses. São, por isso, também parceiros deste projeto, o Banco Alimentar, a Nielsen e a Unicre.
A realização deste projeto foi de Alice Ramos, do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa e a conceção do site é da autoria da View.
Como explica António Barreto, presidente da Fundação Francisco Manuel dos Santos, “Conhecer a Crise é um portal destinado a dar visibilidade aos principais indicadores económicos e sociais, capazes de traduzir com mais pormenor a situação de crise que Portugal atravessa. Este é mais um projeto da Fundação Francisco Manuel dos Santos que tem como objetivo contribuir para um melhor conhecimento da realidade, tantas vezes ocultada ou exagerada”.
Uma vez que o site “Conhecer a Crise” pretende ser uma base de dados que oferece um olhar independente e factual sobre os efeitos da crise, com o avançar do projeto serão introduzidos novos indicadores, dentro dos temas já existentes ou criando um novo tema, se necessário.
Cada indicador, para além de uma representação gráfica, tem sempre associada uma tabela de dados mensais ou trimestrais e uma tabela de dados anuais, para que se possa fazer uma leitura no curto prazo. Além disso, sempre que cada utilizador entra no site consegue perceber quais os dados que foram atualizados ou pode receber um alerta com essa informação.
Com uma apresentação simples e clara, todo o site foi construído a pensar na partilha e divulgação da informação. Por isso, todos os indicadores, individualmente ou enquadrados no tema em que se inserem, podem ser partilhados por mail ou nas redes sociais.
Para além disso, cada pessoa pode selecionar um conjunto de indicadores e criar a sua própria página – A crise como eu a vejo – com os dados que mais lhe interessam, partilhando-a entre amigos ou colegas ou imprimindo-a para analisar mais tarde.
Sabia que …
- Em 2011, os portugueses alteraram o padrão de consumo em relação à carne – menos carne de vaca e mais carne de porco e aves.
Fonte: Nielsen
Variação da despesa com carne, em Hiper e Supermercados (2011 vs 2010)
Total carne: +5.3%; Suíno: +12,1%; Aves +10,4%; Bovino -0,7%
- Em 2011, os portugueses gastaram menos em vestuário e calçado e continuam a gastar menos em Janeiro e Fevereiro de 2012.
Fonte: Unicre
Variação das despesas feitas com cartão em vestuário e calçado
2011 vs 2010: – 9,1%
Jan 2012 vs Jan 2011: – 13,1%
Fev 2012 vs Fev 2010 : -9,7%
- Em 2011, o número de pessoas com empréstimo em incumprimento totalizou os 671 mil (+ 5% que no ano anterior).
Fonte: Banco de Portugal
- O ramo de atividade onde há um valor mais alto de empréstimos em incumprimento é o da construção
Fonte: Banco de Portugal
Empréstimos em incumprimento, em % do valor total de empréstimos concedidos a empresas (4º Trimestre 2011)
Total: 6,6%; Construção: 11,6%
- Em 2011, na atividade empresarial, a região do Algarve foi a que registou maior % de empréstimos em incumprimento em relação ao valor total de empréstimos concedidos às empresas
Fonte: Banco de Portugal
Empréstimos em incumprimento, em % do valor total de empréstimos concedidos a empresas (2011)
Total Portugal: 6,6%; Algarve: 11,4%
Sobre a Fundação Francisco Manuel dos Santos:
Criada em 2009 por Alexandre Soares dos Santos e presidida por António Barreto, esta entidade sem fins lucrativos e de utilidade pública pretende promover a participação da sociedade civil na reflexão e no debate sobre todas as questões relevantes que digam respeito à comunidade nacional, o que deverá ser prosseguido com a preocupação de respeito pelos valores da democracia, da liberdade individual, da igualdade de oportunidades, do mérito e do pluralismo.
A adoção dos mais elevados padrões de rigor científico e académico na análise dos factos e na descrição das situações observadas é uma das exigências colocada aos autores dos estudos que a fundação promove, sendo também exigida, estatutariamente, a todas as atividades da fundação uma total independência em relação a “organizações e interesses políticos, partidários, económicos, religiosos e outros”.
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