«Paris, Praia do Hawai» estreia-se dia 17 no Cine-Teatro Louletano

O Cine-Teatro Louletano recebe, nos dias 17 (21h30) e 18 de março (16h00), a estreia da produção “Paris, praia do […]

O Cine-Teatro Louletano recebe, nos dias 17 (21h30) e 18 de março (16h00), a estreia da produção “Paris, praia do Hawai”, no âmbito do programa da rede «Movimenta-te Trajetórias de programação cultural em rede», que envolve os municípios de Loulé, Faro, Olhão, S. Brás de Alportel e Tavira.

Trata-se de um espetáculo que funciona como uma praia, nele tudo pode acontecer – do humor ao prazer, do terror ao absurdo, da alegria à angústia dos que vivem no Algarve quer seja por um mês ou durante toda a sua vida.

“Neste espetáculo vivemos e procurámos um Algarve inscrito no mundo. Aquele que se esconde atrás dos turistas, dos estrangeiros, dos sonhos escaldantes, das noites longas, da cultura do corpo e do sol assassino: um Algarve que olha o mar, o mato algarvio, o barrocal de outro modo. Uma criação algarvia mas também do mundo que hoje se reescreve”, explicam os produtores.

Para a produção de “Paris, praia do Hawai”, que junta música, teatro e dança, foram convidados três artistas nacionais – Ainhoa Vidal e Madalena Victorino, coreógrafas, e Gonçalo Amorim, encenador – para imaginar um espetáculo que teve como ponto de partida o território do Algarve Central e cada uma das suas próprias culturas e tradições.

Estes criadores fizeram uma residência entre os dias 2 de janeiro e 6 de março em que procuraram elementos das culturas desses cinco lugares.

Os artistas locais Ana Gabriel, Cláudia Ermitão, Luís Santos, Pedro Pires Pinto, Pedro Romeiras, Raquel Rua, Tomé Quirino e Victor Ortuño, que vêm das áreas do teatro e da dança, os intérpretes e co-criadores desta peça, foram convidados a pensar e a apresentar um Algarve contemporâneo.

Músicos, bailarinos, atores e performers, foram convidados a participar numa série de curtos laboratórios – audições e o resultado final é um grupo heterogéneo que pode fazer aparecer realidades muito diferentes em palco.

Os artistas foram convidados a entrelaçar conteúdos e matérias do património cultural local com as suas visões e modos particulares de criar e construir. Daí resultaram sinergias que misturam e fundem mundos aparentemente separados que, no resultado final, se revelam ligados e adicionam algo de importante à sua identidade original.

Mas para além destes intérpretes, o espetáculo contará com a participação de cerca de meia centena de pessoas da comunidade local, sem qualquer experiência nas artes do espetáculo, mas que manifestaram interesse e vontade em apresentar-se em palco num projeto que fala do seu território.

Foram lançados convites a motards, surfistas e pescadores, interessados em aventurar-se nos caminhos do palco e viver uma experiência artística única.

A direção musical está a cargo de Zé Eduardo, com Jorge Caeiro (acordeão), Marco Martins (baixo), Zé Eduardo (teclados), Sónia “Little B” Cabrita (bateria) e Javier Orti (sax tenor, soprano).

Depois desta estreia em Loulé, o espetáculo será apresentado em cada cidade da rede, em modalidades diferentes: Faro, Teatro das Figuras, nos dias 24 (21h30) e 25 (16h00) de março; S. Brás de Alportel, Cine-Teatro Sambrasense, nos dias 31 de março (21h30) e 1 de abril (16h00); Olhão, Auditório Municipal, nos dias 7 (21h30) e 8 (17h00) de abril; e Tavira, em local a anunciar, nos dias 14 (21h30) e 15 (16h00) de abril.

Preço dos bilhetes: 5 euros

 

“Conversas à 5ª” com Ainhoa Vidal, Gonçalo Amorim e Madalena Victorino

 

Antecedendo a estreia desta criação, Ainhoa Vidal, Gonçalo Amorim e Madalena Victorino são os convidados de mais uma sessão do “Conversas à 5ª”, que acontece a 15 de março, pelas 21h00, no bar do Cine-Teatro Louletano.

Nesta conversa informal com os três criadores da peça “Paris, praia do Hawai” o público vai ter oportunidade de compreender o que está por trás desta produção, e qual a filosofia subjacente ao processo de criação artística.

O público será convidado a ir até à sala de espetáculos e assistir um pouco ao que será “Paris, praia do Hawai”.

A entrada é livre.

 

Quem é quem?

 

Ainhoa Vidal

Desde que se lembra quis ser bailarina. Nascida em Barcelona, passou pela ginástica de competição até se aperceber que o que realmente gostava era criar e não competir.

Esse foi o momento em que a dança entrou por completo na sua vida. Estudou ballet, técnicas de dança moderna e contemporânea, ioga, tai-chi, butoh,… Na Europa e Ásia.

Atualmente vive em Lisboa porque adora a cidade e o país, trabalhando como intérprete, figurinista e coreógrafa.

 

Gonçalo Amorim

É ator, encenador, professor e um estudioso da natureza humana. Nasceu no Porto na década de setenta, filho e neto de resistentes antifascistas. Tem refletido nas suas criações, sobre o capitalismo, a passagem de Portugal para a democracia, o sexo, a violência e a alteridade.

No seu percurso conta também com diversas colaborações em projetos comunitários.

 

Madalena Victorino

Coreógrafa, professora e programadora. Estudou e formou-se em dança contemporânea, composição coreográfica e pedagogia das artes no The Place, London School of Contemporary Dance, no Laban Centre/Goldsmith’s College, University of London e na Exeter University, nos anos 70 e 80, no Reino Unido.

Desde então vive em Portugal e nestas últimas três décadas o seu trabalho tem-se evidenciado pela criação de muitos projetos culturais e artísticos de dimensão comunitária, que sempre se vocacionam para a aproximação entre discurso e prática artística e a sociedade em geral.

Interessa-se também pelo público jovem e cria no Centro de Pedagogia e Animação do Centro Cultural de Belém, entre 1996 e 2008, o primeiro espaço em Portugal, de programação de fruição artística internacional para um público jovem. Leciona em várias instituições de Ensino Superior.

Cria múltiplas peças coreográficas que frequentemente envolvem pessoas de idades e com experiências de vida muito diferentes e intérpretes profissionais. Tem ganho vários prémios com os seus projetos. O seu trabalho é reconhecido pela sua carga humanística.

Vive preocupado com a importância da educação artística de cada e todas as pessoas.

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