No CAPa, não é preciso ser fotógrafo para ajudar a criar um portfólio de imagens

Este sábado, no Centro de Artes Performativas do Algarve (CAPa), em Faro, não é preciso ter fotografias, nem máquina, nem […]

Este sábado, no Centro de Artes Performativas do Algarve (CAPa), em Faro, não é preciso ter fotografias, nem máquina, nem sequer ser fotógrafo para colocar uma marca pessoal num portfólio de imagens. Quatro conceituados fotógrafos vão colocar trabalhos que têm em curso à consideração do público, aceitar opiniões e críticas e usar estes contributos para conceber o trabalho final.  

A primeira sessão da iniciativa «Work in Progress» (WIP) decorre ao longo deste sábado e marca o lançamento do «The Portfolio Projet». Além da apresentação de trabalhos que os fotógrafos Ana Filipa Quintão, Ana Pereira, Luís Pinto e Mário Pires estão a desenvolver, também será lançada a primeira edição da revista «Flânerie» e o livro «Novos formatos editoriais. Velho. Novo. Velho», de Ana Pereira.

O Sul Informação falou com a fotógrafa Susana Paiva, que coordena o projeto e é a responsável pela conceção da revista «Flânerie», numa entrevista realizada em parceria com a Rádio Universitária do Algarve, que explicou o que é o «The Portfolio Projet».

«Esta é uma plataforma que aglutina vários fotógrafos, que visa resolver problemas que, do meu ponto de vista, são muito difíceis para um fotógrafo. Para mim, a prática da fotografia é muito solitária e penso que quando se trabalha em grupo temos vantagens, nomeadamente o de termos interlocutores privilegiados a quem mostrar o que fazemos», ilustrou Susana Paiva.

No WIP, o número de interlocutores durante o processo de criação é exponencializado com a apresentação da ideia e do trabalho numa fase em que o objetivo final não está ainda totalmente definido.

«Aqui, em vez de comunicarmos uns aos outros e ao público em geral o trabalho concluído, mostramos trabalhos que ainda estão a decorrer e que, portanto, estão em aberto», explicou.

Até porque o trabalho de um fotógrafo, depois de disparada a máquina e captado o momento pretendido, ainda está «longe de estar acabado». «A finalização em fotografia é um processo muito longo», garantiu Susana Paiva.

A sessão de hoje é a primeira de três apresentações coletivas de trabalhos em curso. As inscrições para participar nas próximas duas, a ter lugar em abril e junho, já estão abertas. E qualquer um pode candidatar-se, desde que apresente uma ideia. As próximas iniciativas contarão com 3 fotógrafos cada, que terão 20 minutos para fazer uma apresentação individual do seu trabalho.

As candidaturas devem ser apresentadas até dia 28 de fevereiro e dia 30 de abril, para as sessões de abril e junho, respetivamente.

No fundo, tudo tem a ver com partilha e envolvimento do destinatário da arte na sua criação, mas também na sua divulgação. E é aqui que entra a revista «Flânerie», que terá uma edição online, mas também terá uma componente volante, nu conceito bem original.

«Apesar de ser uma revista online, a «Flânerie» tem uma particularidade. É que numa altura em que toda a gente luta pelos seus direitos [de autor], nos fomentamos a cópia livre», revelou Susana Paiva. Para isso, serão colocados CD com a revista em diversos espaços públicos, que as pessoas são incentivadas a levar, reproduzir e passar ao próximo.

«Temos a consciência de que, proporcionar um bom objeto em termos visuais, com bons trabalhos, cuidado, e pedir às pessoas que sejam cúmplices na sua distribuição, é dar-lhes um poder que não é habitual. O mesmo se passa com WIP, com a possibilidade de contribuir para o desenvolvimento do projeto», resumiu Susana Paiva.

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