Há grupos privados interessados em gerir o Porto de Cruzeiros de Portimão

Há dois grupos privados nacionais, ligados à hotelaria e turismo, que já manifestaram à Câmara Municipal de Portimão o seu […]

Há dois grupos privados nacionais, ligados à hotelaria e turismo, que já manifestaram à Câmara Municipal de Portimão o seu interesse em «participar na gestão do Porto de Cruzeiros» da cidade, revelou o presidente da autarquia Manuel da Luz em entrevista ao Sul Informação.

O autarca adiantou que já foi «contactado por privados» interessados na gestão do Porto de Cruzeiros, mas lamentou que não haja, da parte do Governo, uma «iniciativa e definição clara» do setor.

O problema é que, salienta Manuel da Luz, «não sabemos onde está, neste momento, o centro de decisão da gestão da atividade portuária», depois da extinção do IPTM. «O mais provável é que esteja em Lisboa, mas até já se fala em centralizar em Sines», sublinhou.

«Os privados que me contactaram até me disseram: quando o senhor presidente souber a quem devemos dirigir-nos, diga-nos, porque nós não sabemos!», acrescentou.

Ora, salientou o autarca, «aparecer alguém que, em contraciclo, quer fazer coisas, quer investir, devia ser acarinhado por todos, a começar pela administração central».

Não admira que o Porto de Cruzeiros de Portimão atraia a atenção de grandes grupos privados. É que o seu movimento subiu 673 por cento em quatro anos.

No entanto, segundo disse Manuel da Luz na sua entrevista ao Sul Informação, o porto «precisa de investimentos com urgência». «Para que o Porto de Portimão possa atingir a sua plenitude, precisamos de quatro investimentos, que são da responsabilidade da administração central: o prolongamento do cais de acostagem, de modo a poder receber dois navios de grandes dimensões ao mesmo tempo, a dragagem de estabelecimento de fundos a dez metros na barra, canal de navegação e bacia de manobra, a compra de um rebocador de apoio às operações em porto e navegação na costa e a construção de um moderno terminal de passageiros», salientou Manuel da Luz.

O autarca acrescentou que «há especialistas que dizem que faltaria ainda uma quinta obra, que seria o alargamento da entrada do porto, mexendo num dos molhes».

Apesar da «urgência» das obras, para este ano de 2012 o Plano de Investimentos da Administração Central apenas prevê um total de 985 mil euros a ser investidos no porto de Portimão. É um montante que dará para «pouco mais que o lançamento do concurso», considera Manuel da Luz.

«Dadas as dificuldades de investimento da administração central, seria bom que se identificasse aqueles projetos que são, efetivamente, estruturantes, e que se canalizasse o pouco dinheiro disponível para eles. O Porto de Portimão é claramente um desses projetos», acrescentou o presidente da Câmara.

Dados revelados ontem pela autarquia, indicam que, pelo quarto ano consecutivo, o Porto de Portimão tornou a crescer no número de navios de cruzeiros e de visitantes, estando já agendadas para este ano um total de 48 escalas.

Com efeito, no ano passado verificou-se o aumento de 13,5% no número de escalas, passando das 52 de 2010 para as 59, enquanto no que toca aos passageiros o porto de Portimão registou um crescimento de 32,5%, subindo das 33.843 pessoas em 2010, para as 44.841 no ano passado.

No período entre 2007 e 2011, os dados apontam para um crescimento de 673% no número de passageiros, passando dos 5.798 para os 44.841 visitantes, o que constitui um aumento muito significativo, considerando que neste período o investimento no porto foi bastante reduzido.

A estes excelentes resultados, acrescem os passageiros e veículos transportados pelos navios da Naviera Armas, na ligação semanal regular entre Portimão, a Madeira e as Canárias, tendo sido transportados em 2011 mais de 22 mil passageiros, cerca de nove mil veículos ligeiros e 4.500 veículos pesados (carga rodada).

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