Concelho de Faro perdeu «um dos seus maiores defensores», considera a Câmara Municipal

O concelho de Faro perdeu «um dos seus maiores defensores», considera o presidente da Câmara Municipal da capital algarvia no […]

O concelho de Faro perdeu «um dos seus maiores defensores», considera o presidente da Câmara Municipal da capital algarvia no seu voto de pesar pela morte do Padre Júlio Tropa, que ocorreu esta madrugada.

«Era uma pessoa de trato fácil pela qual era impossível não nos “apaixonarmos”. A convicção que impunha nas causas que abraçou e a forma aguerrida com que lutava por elas, torna-nos mais conscientes da nossa perda», acrescenta Macário Correia.

O Padre Júlio Tropa Mendes, de 77 anos, natural de Mação (Santarém), onde nasceu a 26 de dezembro de 1934, faleceu esta madrugada no Hospital de Faro, vítima de doença prolongada.

Considerando-o como um «distinto cidadão de Faro» que esteve ao serviço da Paróquia de Santa Bárbara de Nexe, durante mais de 42 anos e da Paróquia de Estoi nos últimos 25 anos, a nota de pesar afirma que «todo o concelho se curva perante esta figura que alcançou um carinho, simpatia e reconhecimento transversal que foi muito além dos limites de Faro».

De tal forma, que, em sua honra e no seguimento da proposta das Juntas de Freguesia respetivas, será atribuido o topónimo Padre Júlio Tropa Mendes (1934-2012), arruamento poente da aldeia de Santa Bárbara de Nexe, o que serve o centro social por ele criado.

Em Estoi será o arruamento lateral norte da Extensão do Centro de Saúde e que serve a futura Unidade de Cuidados Continuados.

«É incontornável a sua ligação e entrega às causas sociais. Exemplo disso são as obras dos Centros Comunitários de Estoi e de Santa Bárbara de Nexe, pelos quais lutou quando muitos já consideravam a causa perdida e hoje, o concelho de Faro, conta com estas valências de apoio social».

A nota de pesar recorda que, durante a sua vida, o Padre Júlio Tropa recebeu várias homenagens – da Diocese do Algarve, de cidadãos anónimos ou das freguesias onde desempenhou as suas funções.

Em 2002 também a Câmara Municipal de Faro lhe prestou o devido reconhecimento público ao agraciá-lo com a Medalha de Mérito – Grau Ouro.

«Na homenagem que lhe foi prestada em agosto passado pela Junta de Freguesia de Estoi, Júlio Tropa usou a expressão bíblica «depois de teres feito o que devias fazer, considera-te servo inútil», numa partilha de humildade que o caracterizava. Para ele tudo o que fazia era parte do papel que assumiu perante Deus», acrescenta o voto assinado por Macário Correia.

O Padre Júlio Tropa Mendes foi ordenado sacerdote na Igreja da Sé, em Faro, a 15 de julho de 1962 e não mais deixou o Algarve.

Em 1969 foi para a paróquia de Santa Bárbara de Nexe e aí permaneceu até ao fim dos seus dias, sempre com o mesmo vigor do jovem que aos 35 anos chegou para servir os fiéis daquela freguesia e acabou por servir todos os farenses.

«O concelho de Faro está hoje mais pobre com esta perda mas simultaneamente mais rico por ter privado e beneficiado da generosidade do Padre Júlio Tropa Mendes», acrescenta Macário Correia.

«Em poucas palavras podemos dizer que foi a pessoa que, no último meio século, mais marcou o interior do concelho de Faro. Fez obra social, criou instituições, gerou empregos e ajudou quem precisa. A sua memória e o seu exemplo marcou-nos de modo inesquecível».

Por isso, a Câmara Municipal de Faro «curva-se em homenagem perante tão distinto cidadão de tão brilhantes qualidades».

Comentários

pub