Câmara de Monchique insiste com ANACOM para avaliar implementação do TDT no próximo dia 12 de janeiro

A Câmara de Monchique voltou esta semana a solicitar à ANACOM o adiamento do desligamento do sinal a 12 de […]

A Câmara de Monchique voltou esta semana a solicitar à ANACOM o adiamento do desligamento do sinal a 12 de janeiro para o mês de abril e a manifestar sua disponibilidade para, em conjunto com a ANACOM e a PT, encontrar uma solução técnica para suprir as zonas de sombra que afetarão a maior parte do concelho.

Em carta assinada pelo presidente da Câmara Rui André, o município recorda não ter recebido, até agora, resposta ao seu pedido de 16 de dezembro, com o mesmo fim.

O Município de Monchique será abrangido pela 1ª fase de passagem ao sistema TDT, ou seja, serão desligadas as emissões analógicas já na próxima quinta-feira, dia 12 de janeiro.

Na sua nova carta, Rui André volta a pedir «o alargamento do prazo de desligação do sistema analógico até 26 de abril de 2012, de forma a podermos pensar noutra solução e porque, dada a extensão do território em causa, torna-se quase impossível que, quer os serviços da PT, quer outros agentes contratualizados com esta, possam dar resposta ao número de solicitações».

A Câmara de Monchique disponibiliza-se ainda para, «conjuntamente com a ANACOM e a PT, efetuarmos um estudo sério e rigoroso, de forma a encontrarmos uma solução técnica, eventualmente a colocação de antena/repetidor do lado da serra da Picota (onde já existe uma base de infraestrutura da PT)».

A autarquia sublinha, nesta nova carta à ANACOM, que, «apenas uma zona em linha de vista com o alto da Fóia (estamos a falar da zona abaixo da povoação de Casais) poderá ter acesso à TDT no seu formato “normal”, isto é, apenas colocando o descodificador».

«O concelho de Monchique, que é essencialmente rural, e que apresenta muitos problemas de desertificação, poderá ver ainda agravar-se esta situação devido à alternativa proposta que passa pela solução do TDT Sat, acima dos 100 euros a instalação», acrescenta a missiva.

Ora, considera Rui André, «este serviço, prestado à população envelhecida, com poucas condições económicas, deverá ter subjacente o serviço público de distribuição de tv».

«Além do preço (…) não ser comportável por muitas famílias, acresce o facto de não ser possível, segundo as informações técnicas, efetuar a instalação de uma parabólica/casa nas zonas de maior densidade, como é o caso da vila de Monchique», situação agravada pelo «impacto visual».

Por outro lado, «tecnicamente esta situação poderá estar condicionada a apenas duas televisões por cada casa, o que, nos dias de hoje, fica aquém das necessidades e hábitos das famílias».

Na sua primeira carta ao presidente da ANACOM, a Câmara de Monchique recordava que a nível nacional, estima-se que cerca de 13% dos portugueses tenham que receber a emissão digital por satélite (DTH), mas, no caso do concelho de Monchique, «esta percentagem é bastante superior».

Segundo o autarca Rui André, nessa primeira carta enviada à ANACOM, a maior parte do concelho de Monchique «terá a inevitabilidade de recorrer a esta forma de transmissão bastante mais onerosa e, tratando-se de uma parte significativa da zona urbana (histórica), um inconveniente impacto visual no edificado».

O edil monchiquense recordava que «este é um concelho que apresenta uma população envelhecida, e que grande parte desta tem na televisão o único entretenimento, sendo que é também, segundo recentes dados do INE, o concelho com menor poder de compra da região».

Por outro lado, «existe pouca informação para a população aqui residente, apesar de todos os esforços da Câmara Municipal e de outras entidades privadas, sobre o processo inerente, o que adquirir, que apoios poderão ter ou mesmo sobre a cobertura do serviço».

Tendo em conta as especificidades de Monchique, o presidente Rui André manifestou o seu «profundo descontentamento pela forma como este concelho é marginalizado, apresentando certamente taxas de cobertura de TDT inferiores a qualquer concelho do país».

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