Comissão de Utentes da Via do Infante convida «Reis Magos a circular na via sem pagar»

A Comissão de Utentes da Via do Infante vai convidar «os Reis Magos a circular na via sem pagar». Trata-se […]

A Comissão de Utentes da Via do Infante vai convidar «os Reis Magos a circular na via sem pagar». Trata-se de uma nova ação anti-portagens, que irá ter lugar no dia 7 de janeiro (sábado), às 10h30, junto aos Mercados de Olhão. No percurso serão distribuídas prendas aos presentes.

Esta foi uma das decisões que saiu da reunião desta terça-feira à noite da Comissão de Utentes da Via do Infante (CUVI), em Loulé.

A Comissão anunciou ainda que, até ao final desta semana e ainda em 2011, lançará uma nova Petição dirigida à Assembleia da República, onde se solicita a suspensão imediata das portagens na Via do Infante. A CUVI espera «recolher dezenas de milhares de assinaturas de utentes do Algarve e de outros cidadãos que são contra as portagens na região».

Na reunião de ontem em Loulé, foi convocada uma assembleia pública de utentes, aberta a toda a gente – utentes, empresários, autarcas e outros cidadãos em geral -, para o dia 14 de janeiro (sábado), a partir das 15h30, no Restaurante Austrália, localizado no Vale da Venda, à entrada de Faro, junto à EN 125 (frente à antiga fábrica da Sumol).

Nesta assembleia, «serão discutidas e aprovadas novas formas de luta pela suspensão das portagens na Via do Infante».

A Comissão de Utentes volta assim «a apelar à sociedade civil para a constituição de uma ampla plataforma de luta pela abolição das portagens. Portajar o Algarve significa a morte definitiva do seu desenvolvimento social e económico».

Na sua reunião, a CUVI voltou a «repudiar e a condenar com veemência todos os atos que têm envolvido o ataque e a destruição de pórticos e outras estruturas do sistema das portagens, esperando que as autoridades muito rapidamente descubram e levem à justiça os responsáveis por tais atos».

É que, salienta a Comissão, «a luta contra as portagens deverá ser feita pela via pacífica e de acordo com as normas de um Estado de direito democrático como, aliás, tem sido apanágio da Comissão de Utentes».

A CUVI salienta, porém, que «a introdução das portagens no Algarve veio comprovar e, até, a ultrapassar o que se esperava: a EN 125 transformada num autêntico caos rodoviário, com longas e intermináveis filas de veículos, a A22 praticamente “às moscas” com uma descida de veículos de mais de 60%, levando a própria Euroscut a afirmar que esta via tinha agora uma “intensidade zero” de tráfego».

Por outro lado, salienta, «os turistas, em particular os espanhóis, estão a boicotar o Algarve e a preferir outras paragens. A situação está a assumir uma envergadura alarmante e assustadora pois, por exemplo, em Vila Real de Santo António as descidas nas vendas a espanhóis são da ordem dos 75%».

«O colapso social e económico do Algarve, com uma das maiores taxas de desemprego do país, aproxima-se muito rapidamente se não forem suspensas as portagens no imediato», garante a CUVI.

Por tudo isso, a Comissão de Utentes afirma que a «luta vai continuar e aumentar de intensidade».

«É o que irá suceder a partir de janeiro próximo, assim queiram os algarvios. Com coragem, determinação e unidade, os utentes e outros cidadãos serão capazes de quebrar a teimosia e a arrogância dos governantes e outros responsáveis políticos pela introdução das portagens».

Por último, na sua reunião desta terça-feira, a Comissão de Utentes condenou «a posição dos deputados, particularmente dos deputados do PSD, CDS/PP e PS eleitos pelo Algarve, ao votarem mais uma vez a favor das portagens na região aquando da apreciação parlamentar, na passada semana, do decreto-lei que as introduziu»

A CUVI considera que «as declarações de voto nada valem e o que conta são as ações e, mais uma vez, esses deputados voltaram as costas e votaram contra o Algarve e os algarvios».

Também merecem «um veemente repúdio os ataques e as acusações que ultimamente têm sido desferidos contra a Comissão de Utentes por parte de alguns responsáveis políticos regionais. Tais ataques e acusações apenas visam esconder da opinião pública as graves responsabilidades que esses responsáveis têm na introdução das portagens. Esta Comissão encontra-se no bom caminho, visto continuar a incomodar muita gente».

 

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