Câmara de Olhão está a construir Ecocentro na nova Zona Industrial para inaugurar em junho

Olhão vai agilizar e modernizar o sistema de recolha, separação e entrega de resíduos à empresa Algar com a construção […]

Olhão vai agilizar e modernizar o sistema de recolha, separação e entrega de resíduos à empresa Algar com a construção de um Ecocentro, já em curso na nova Zona Industrial do concelho. Esta medida, além de resolver um problema antigo, até permitirá à autarquia poupar dinheiro e pagar o investimento em apenas dois anos.

A nova infraestrutura está já numa fase relativamente avançada, embora sejam de esperar condicionantes ao avanço dos trabalhos no Inverno que se aproxima.

Algo que não deverá impedir que o Ecocentro seja inaugurado «no Dia da Cidade de 2012», celebrado a 16 de junho, segundo o vereador da Câmara de Olhão Carlos Martins.

O jovem autarca, que pertence ao executivo desde as eleições de 2009, explicou ao Sul Informação que é essa a intenção da autarquia, mas que tudo depende do andamento da obra decorrer sem problemas. Neste momento, a obra está dentro do prazo e pode mesmo ser concluída semanas antes desta data.

«O trabalho mais pesado, de colocação de muros e sapatas está praticamente todo feito. Depois falta a construção de infraestruturas de abastecimento de águas, esgotos e redes pluviais. Penso que até Maio ou Junho estará concluído», revelou Carlos Martins.

A obra contempla seis caixas de betão, onde serão colocados outros tantos contentores de grandes dimensões, próprios para o efeito. Os resíduos serão separados e acondicionados pela autarquia e recolhidos pela empresa algarvia de gestão de resíduos Algar, que as encaminhará para as suas unidades de reciclagem, compostagem, reutilização ou para aterro, conforme o caso.

Também serão instalados compressores de lixo, que permitirão aproveitar ao máximo o espaço nos contentores. A obra, no seu total, vai custar cerca de 250 mil euros, para já totalmente a cargo da autarquia, mas que poderão ser comparticipados pela União Europeia.

«Estamos a tentar uma candidatura ao Plano Operacional de Valorização Territorial. Falámos com a CCDR, que deixou em aberto abrir a candidatura com um conjunto de projetos de Ecocentros na região. Nós esperamos que esta candidatura abra antes de concluirmos a obra, sob pena de perdermos essas verbas. Até agora, a resposta que temos tido é que não há ainda abertura de candidaturas», contou Carlos Martins.

Caso obtivesse comparticipação da União Europeia, a autarquia olhanense «poderia investir noutros recursos e equipamento». «Temos uma frota completamente cansada. Alguns dos carros têm mais de dez anos e 300 mil quilómetros. Isso leva a que haja muitas avarias, com os problemas que daí decorrem», revelou.

«Falar em investimentos, nesta altura, não é propriamente aquilo que as pessoas querem ouvir, mas penso que este é um bom motivo para o fazer», considerou o vereador olhanense. Em causa está a marca de concelho amigo do ambiente que Olhão quer transmitir, uma vez que é «uma cidade ligada à Ria Formosa, uma das Sete Maravilhas Naturais de Portugal».

Por outro lado, a obra irá pagar-se a si própria num espaço de tempo relativamente curto, com benefícios para os cofres da autarquia. «Com o ecocentro debaixo da nossa gestão, será possível reduzir substancialmente os custos inerentes à prestação de serviços atualmente contratada. Ao mesmo tempo, temos uma infraestrutura que tem todas as condições e que cumpre todas as normas ambientais», ilustrou o autarca.

Até agora, o trabalho de recolha e gestão de resíduos em Olhão estava concessionado a privados. Uma empresa recebia uma verba anual e podia utilizar um terreno camarário, na Freguesia de Quelfes, para depositar temporariamente algum do lixo recolhido. «Aquilo foi atingindo proporções muito grandes e já não se tratava apenas de uma pequena deposição de resíduos», recordou Carlos Martins.

Naquele local, eram depositados resíduos que iam sendo recolhidos um pouco por todo o concelho, na sua maioria verdes, mas também muitos monos e outros materiais.

Situação que acabou por ser denunciada, no início de 2009, por movimentos cívicos de Olhão e motivou que a autarquia fosse alvo de multas por parte das autoridades ambientais.

Na altura em que a polémica estalou, a Câmara de Olhão garantiu que a situação se devia ao facto de a adjudicação da recolha e gestão do lixo no concelho estar em fase de concurso e falou no projeto do Ecocentro, que viria resolver este assunto em definitivo.

Entretanto, a obra já avançou e a situação em Quelfes foi resolvida. Como o Sul Informação verificou, o terreno camarário que servia para depositar resíduos está agora limpo.

A construção do Ecocentro será complementada com outras medidas. «A partir do momento em que o Ecocentro esteja a funcionar, pretendemos incidir mais na fiscalização. Mas julgo que, primeiro, temos de criar as condições para que as pessoas façam a gestão dos próprios resíduos», no sentido de os entregar aos serviços da autarquia, considerou.

«Sem termos esta infraestrutura, nós não temos capacidade de recolha de alguns resíduos, como os verdes e os monos, logo não podemos fazer uma ação fiscalizadora e penalizar quem não tem o serviço necessário para que não incumpram», explicou.

Na calha, está a criação de um serviço dedicado, que a população pode contactar e que fará «a recolha gratuita de resíduos, até certos volumes», de forma programada. Deste modo, a autarquia também poderá gerir melhor os seus meios.

 

Comentários

pub