Um concerto da cantora portuguesa Aurea e um breve fogo de artifício na Praia dos Pescadores. Este é o programa da passagem de ano de Albufeira, que em 2011, e pela primeira vez, vai ser paga em grande parte pelos empresários do concelho, com a participação da Câmara Municipal.
A autarquia já tinha anunciado que, «dadas as condições financeiras do município e a situação nacional», este ano não teria dinheiro para «fazer uma passagem de ano ao nível das anteriores», explicou esta segunda-feira, em conferência de imprensa na sede da AHETA, o presidente da Câmara de Albufeira.
No entanto, a autarquia não baixou os braços e, através de uma parceria com a Agência de Promoção de Albufeira (APAL), iniciou contactos com os hoteleiros, com os sócios da Associação de Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) e da Associação de Comércio e Serviços da Região do Algarve (ACRAL), «de modo a conjugarmos vontades para podermos concretizar uma boa programação de fim de ano».
E assim, juntando os contributos de cerca de 70 empresários do concelho, entre hoteleiros, restaurantes, bares, comerciantes e até táxis, foi possível juntar os 90 mil euros necessários para contratar a artista Aurea e a sua banda, bem como o fogo de artifício.
«A autarquia apenas terá à sua responsabilidade a Proteção Civil e a Segurança. Tudo o resto – artista, palco, fogo de artifício –é da responsabilidade da APAL», acrescentou Desidério Silva.
«A Câmara juntou as instituições mais representativas do tecido empresarial e houve logo uma disponibilidade muito grande», disse ainda o autarca. É que, salientou, «o tecido económico do concelho será o primeiro a tirar partido, a ter retorno de todo este investimento», ao nível dos hotéis, dos bares, dos restaurantes, do comércio local, dos táxis. A Câmara apenas «gasta dinheiro», já que «o que resulta de tudo isto sai daqui, vai para Lisboa», disse Desidério Silva, referindo-se aos impostos, como o IVA ou mesmo o IRC, que não ficam no concelho.
Mas o autarca faz questão de salientar que, se a passagem de ano já antes era uma referência em termos de atratividade, este ano ainda o será mais, já que em nenhum outro concelho do Algarve há uma aposta tão grande como em Albufeira. E isto apesar de o orçamento ter sido reduzido em mais de 60 por cento, passando dos mais de 250 mil euros em 2010, para os 90 mil deste ano.
«No Algarve, não há nada com esta dinâmica», garantiu, acrescentando ser intenção dos promotores «agarrar todo o Algarve a este evento», porque é positivo «passar lá para fora que na região há um fim de ano de referência». O esforço de promoção da iniciativa vai também ser estendido às regiões de Espanha com as quais Albufeira, através da APAL, tem vindo a estreitar relações, nomeadamente a Andaluzia, a Galiza e a Extremadura.
Desidério Silva disse também que, enquanto «o fim de ano é assumido pelos empresários», o dinheiro que a autarquia não gasta na animação é empregue «na área social», «em função das necessidades mais urgentes do concelho».
O presidente da Câmara de Albufeira terminou a conferência de imprensa fazendo um apelo aos empresários que ainda não estão a contribuir. «Aqueles que ainda não se chegaram à frente, que o façam», disse Desidério Silva, no seu habitual estilo direto.
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