«Xô das Velhas» apresenta-se este sábado em Campo (Valongo)

O «Xô das Velhas», a nova proposta teatral da coprodução da Al-Masrah (Tavira) e Baal 17 (Serpa), é levado à […]

O «Xô das Velhas», a nova proposta teatral da coprodução da Al-Masrah (Tavira) e Baal 17 (Serpa), é levado à cena este sábado, dia 3 de dezembro, às 21h30, no Centro Cultural de Campo, no concelho de Valongo. A apresentação será feita no âmbito da MIT Mostra Internacional de Teatro.

Depois do espetáculo deste sábado, no norte do país, a peça irá subir ao palco do Auditório Municipal de Olhão, a 10 de dezembro, para aquela que deverá ser a última apresentação do ano. A peça continuará depois a sua digressão nacional.

Esta peça pode, à partida, definir-se como uma comédia. Mas não só: é também uma reflexão sobre a contemporaneidade, sobre um mundo cada vez mais formatado para o lucro e obcecado com a juventude.

Para o encenador Rui Ramos, este espetáculo «é uma criação coletiva», não só porque é uma coprodução, mas também porque «não parte de um texto, mas de ideias e do trabalho dos atores».

Segundo o também diretor artístico da companhia Baal 17, a peça «tem muito a ver com a velocidade e o ritmo frenético dos nossos dias» – impostas também por ferramentas como a comunicação social ou a Internet – vistos por uma perspetiva que se adivinha desadequada: «pelo ponto de vista dos idosos, dos mais velhos».

Mas para o encenador, esta comédia não se faz apenas de momentos risíveis. É que a peça retrata também «as tragédias do dia-a-dia: a solidão, a morte, a juventude perante a morte…».

Por sua vez, o diretor artístico da companhia algarvia Al-Masrah e um dos atores neste espetáculo, Pedro Ramos, fala numa peça que tem algo de «tragicómico»: «Esta é uma comédia mas não só – é muito mais que isso. É também uma trágicomédia, uma crítica ao nosso dia-a-dia, ao mundo, pela perspetiva dos mais velhos».

A nível técnico, o espetáculo conta com uma componente tecnológica, de imagem e vídeo bastante marcada, idealizada até «pela oposição à aparente incapacidade que os mais velhos têm para lidar com estas questões», mas «o mais difícil» de tudo foi mesmo «a abordagem a temas tão sensíveis».

«É difícil encenar este espetáculo, não pelas pessoas – ou pela heterogeneidade do grupo – mas pelos temas. Como abordar uma temática como a velhice? Nenhum de nós é velho, por exemplo, e uma das primeiras questões que colocámos foi essa: o que é ou como falar de uma idade pela qual nenhum de nós ainda passou?”, contou o encenador Rui Ramos ao Sul Informação.

 

Criação Coletiva

Encenação e Dramaturgia: Rui Ramos; Cenografia e figurinos: Bruno Guerra; Interpretação: Filipe Seixas, Pedro Ramos, Sandra Serra, Susana Romão, Telma Saião e Vânia Silva; Desenho de luz: Marco Ferreira; Sonoplastia: Coletivo; Videoplastia e registo vídeo: Ricardo Vargues; Participação especial vídeo: Fátima Mestre, Almerinda Cruz e D. Maria; Operação técnica: Paulo Troncão e Valter Alves; Construção cenário: José Galamba; Costura: Maria do Rosário Trincalhetas, Fernanda Teles, Maria Filipe (formadora) e formandas da Academia Sénior de Serpa; Design e comunicação: Verónica Guerreiro (BlocoD); Fotografia: José Ferrolho e Ricardo Vargues; Direção de Produção: Sandra Serra; Produção Executiva: Rodrigo Martins, Vânia Gil e Ana Antão.

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