Projeto Tell arranca esta semana nos palcos de Portimão e Faro (com vídeo)

Os primeiros a subir ao palco, no escuro, serão António Olaio, Ana Borralho & João Galante, Ana Deus, Viviane, O […]

Os primeiros a subir ao palco, no escuro, serão António Olaio, Ana Borralho & João Galante, Ana Deus, Viviane, O Meu Pipi, Margarida Guia e Carlos Vaz Marques. Esta quinta-feira, dia 3, estarão no pequeno auditório do Teatro Municipal de Portimão, enquanto no dia seguinte, sexta-feira, será a vez do Teatro Lethes, em Faro. Em comum têm o Projeto Tell e uma performance no escuro, de cerca de 10 minutos.

Estes são os ingredientes básicos do festival de performances Tell, que, durante quatro semanas – às quintas em Portimão, às sextas em Faro – fará subir ao palco 28 criadores (sete por noite) a fazer não se sabe bem o quê. É que, mesmo quanto a nomes mais óbvios como Viviane ou Ana Deus, não se sabe bem se o que elas vão apresentar nos 10 minutos que cabem a cada uma será (apenas) música.

Anabela Afonso, diretora do Teatro Municipal de Faro (TMF), recorda que o Projeto Tell é uma ideia da Cassiopeia, uma produtora do Porto, à qual estão ligados Sérgio Marques e Ana Pereira, com os quais o TMF tem estreitas ligações desde a Faro Capital Nacional da Cultura 2005.

«Foi a partir desse contacto e da cumplicidade que eles têm connosco e dentro da rede Algarve Cultura, que nos liga ao Teatro Municipal de Portimão, que decidimos avançar com este projeto que foge muito da lógica dos espetáculos convencionais». É que esses cerca de 70 minutos em palco serão um «verdadeiro desafio para os espetadores e para os próprios criadores que ali vão estar a apresentar as suas performances».

Desses criadores convidados – sete por noite – «a maior parte são artistas de várias áreas, mas há também escritores, gente ligada à rádio», revela Anabela Afonso.

Será, como salienta Susana Lopes, da produção do Teatro Municipal de Portimão (Tempo), «um projeto bastante original e arrojado». É que, sublinha a responsável pela parte portimonense do  Tell, «as performances serão feitas totalmente no escuro e por isso há aqui uma grande dimensão de desafio».

Além de nomes “nacionais”, alguns dos quais já participaram nas anteriores apresentações do Projeto Tell no Porto, aos parceiros algarvios – TMF e Tempo – coube ainda a tarefa de sugerir nomes para a lista de criadores.

Susana Lopes, do Tempo, recorda que Migas, um músico da zona de Portimão e vocalista do grupo La Plante Mutante, foi sugestão do teatro barlaventino, assim como a coreógrafa Cláudia Dias.

Em Faro, Anabela Afonso revela que Nuno Aires, vice-presidente do Turismo do Algarve, e Anabela Moutinho, presidente do Cineclube, foram sugestões do TMF, assim como Carlos Norton, músico e ligado à rádio.

E porquê o convite a nomes um pouco inesperados nestas andanças, como Nuno Aires e Anabela Moutinho? «A ideia é criarmos desequilíbrios, de modo a que a coisa não seja tão evidente. Às vezes, as coisas mais surpreendentes vêm das pessoas de quem menos esperávamos criatividade. Nesse aspeto, é também um desafio», salientou Anabela Afonso.,

«Mesmo no caso de um ator ou de um músico, o desafio é que aproveite que está às escuras para fazer o que nunca fez em palco», acrescentou.

Por causa de todos estes ingredientes, as expetativas em relação ao Projeto Tell são muito grandes, por parte dos seus produtores e do próprio público.

«Trata-se de facto de um projeto muito original, que tem também esse lado de envolver pessoas daqui com gente muito conhecida a nível nacional», sublinha Susana Lopes. «Mas há de facto um lado estranho que não sei muito bem como funcionará».

Anabela Afonso, por seu lado, diz estar «preparada para que as reações sejam as mais diversas. O próprio projeto prevê muita variação dentro do que se apresenta: há sete performances diferentes por noite e, mesmo de noite para noite, não haverá repetições».

E a diretora do TMF repisa que «a apesar de alguns artistas serem bem conhecidos do público, até pode acontecer que o que vão apresentar agora seja algo diferente». «Veja-se o caso da Lara Li: as pessoas vão vê-la cantar e até pode acontecer que ela não cante».

É que, sublinha Anabela Afonso, «o papel das artes é também esse: agitar, não ir pela via fácil». Mas «obviamente que esperamos que o público goste», frisa.

Susana Lopes recorda que, nas apresentações anteriores do Projeto Tell, a primeira noite foi mais fraca em termos de público, «mas depois o passa palavra funcionou e as salas ficaram cheias».

Resumindo: o que poderá o público encontrar no Tempo ou no Lethes, ao longo das quatro semanas de novembro? «Som, palavra, texto, Ou, até, quem sabe, o silêncio». Vamos descobrir o que eles têm a dizer no escuro?

Os criadores da edição Algarve:

Algodão (Pacman)
Ana Borralho & João Galante
Ana Luena
Anabela Moutinho
António Olaio
António Júlio
Carlos Norton
Carlos Vaz Marques
Cláudia Dias
Chulage
David dos Santos
Flávia Gusmão
Inês Vicente
Joana Craveiro
Joclécio Azevedo
Lara Li
Leonor Keill
Margarida Guia
Mauro Amaral
Migas
Miguel Bonneville
Nuno Aires
O Meu Pipi
Susana Coelho
Valter Hugo Mãe
Viviane
Zé Eduardo
E alunos das escolas Tomás Cabreira (Faro) e
D. Martinho Castelo Branco (Portimão)

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