Vai nascer uma nova zona para a náutica de recreio no Porto de Pesca de Olhão

A Câmara de Olhão pondera, agora, manter a pequena pesca no local onde hoje está, junto ao Cais do T

A Câmara de Olhão quer trazer a área do Porto de Pesca que confina com a rua 16 de Junho «para dentro da cidade», criando no local uma zona de fruição pública e novos espaços de amarração para barcos de recreio. A execução deste projeto já foi adjudicada e insere-se nos planos de requalificação da zona ribeirinha de Olhão, desde a entrada poente da cidade até à rotunda junto à antiga fábrica da Bela Olhão.

Numa altura em que está por semanas o começo das obras de requalificação da avenida 5 de Outubro – a dos Mercados Municipais e onde se concentram muitos restaurantes – e dos dois jardins que a ladeiam, o executivo camarário olhanense já pensa nas zonas que confinam com esta artéria.

É neste âmbito que surge o projeto de requalificação da rua 16 de Junho. «A área de intervenção deste projeto vai desde o final da 5 de Outubro [Grupo Naval de Olhão] até à rotunda [na zona da antiga fábrica da Bela Olhão]. A ideia é trazer para dentro da cidade um espaço que, hoje em dia, é restrito à atividade portuária e transformá-la numa zona ribeirinha de fruição pública, dando-lhe, inclusivamente, um uso diferenciado, com a criação de mais pontos de amarração para barcos de recreio e promovendo um uso misto desta infraestrutura portuária», explicou ao Sul Informação o presidente da Câmara de Olhão António Pina.

A ideia da autarquia é criar uma nova zona dedicada à náutica de recreio, evitando, desta forma, alterar totalmente a lógica vigente na frente de ria que confina com o jardim Patrão Joaquim Lopes.

Até porque, na visão de António Pina, a área do Porto de Pesca a requalificar tem capacidade para acolher «embarcações de maior porte», possibilidade que está em cima da mesa.

 

Hoje, toda a zona entre o Cais do T e o mercado da fruta é destinada a pequenos barcos de pesca. Mas já há muito que a sua retirada deste local está a ser ponderada, para dar espaço à náutica de recreio.

Em 2015, António Pina preconizava, numa entrevista ao Sul Informação, uma revolução na frente de ria da cidade, que o presidente da autarquia olhanense queria transformar numa zona premium, dedicada ao turismo. Na altura, a ideia era mudar a pequena pesca para dentro do porto.

Agora, António Pina admite que há espaço para que alguns pescadores permaneçam neste local.«Não nos resulta claro que tenhamos de tirar toda a pequena pesca desta zona, até para manter a tipicidade da frente ribeirinha. Poderemos manter a pequena pesca artesanal onde está e criar pontos de amarração para recreio do outro lado [no Porto de Pesca].

António Pina disponibilizou-se, mesmo, a dotar a zona dedicada à pesca artesanal «de melhores condições, em articulação com a Docapesca», que tutela a zona. «Já transmitimos essa vontade à senhora ministra quando ela cá esteve e estamos disponíveis para colaborar com a Docapesca, que por vezes tem dificuldades financeiras», referiu.

A requalificação da frente ribeirinha de Olhão também acontecerá a Poente da 5 de Outubro, onde a Câmara de Olhão pensa criar praias urbanas, um parque e um local para observação de aves, aproveitando as antigas salinas ali existentes, hoje integradas na Estação de Tratamento de Águas Residuais, que tem os dias contados e será desativada muito em breve.

 

Fotos: Hugo Rodrigues|Sul Informação

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