A Barraca traz peça inquietante baseada em García Márquez ao Cine-Teatro Louletano

À frente de um grande elenco, está Maria do Céu Guerra, enquanto a direção e adaptação desta criação teatral são assinadas por Rita Lello

A companhia de teatro A Barraca apresenta, em absoluta estreia a sul do país, a peça “Erêndira! Sim Avó…”, marcada para sexta-feira, 21 de Setembro, às 21h30, no Cine-Teatro Louletano.

O texto é baseado na obra «A Incrível e triste história de Cândida Erêndira e sua Avó Desalmada», do Nobel da Literatura Gabriel García Márquez.

À frente de um grande elenco, está Maria do Céu Guerra, enquanto a direção e adaptação desta criação teatral são assinadas por Rita Lello.

«”Estava Erêndira a dar banho à Avó quando começou o vento da sua desgraça”. É com estas palavras que o Prémio Nobel da Literatura Gabriel García Marquez abre a novela curta que está na base deste espetáculo. Usando como pano de fundo a triste realidade da exploração sexual de menores na profunda Colômbia mágica, Gabo dá-nos a conhecer a relação de exploração entre uma Avó desalmada e uma neta cuja candidez e cega obediência suporta extremos de violência sexual impensáveis», escreve Rita Lello.

«”Se as coisas continuarem assim, pagas-me a dívida dentro de oito anos, sete meses e onze dias”, contabiliza a Avó. Se tivermos em conta que a média diária são setenta homens a quem Erêndira presta por dia os seus serviços, teremos ideia do nível da exploração que este corpo de 14 anos acabados de fazer terá de suportar, da crueldade da Avó e do desnorte a que chega uma sociedade indígena violentada por missionários evangelizadores e regida por militares sem escrúpulos», continua a encenadora.

«Não podendo olhar para esta narrativa senão como uma metáfora, e tendo em conta que García Marquez é um escritor que aliou como poucos uma escrita mágica às preocupações sociais e políticas, não é estranho que ela nos evoque imediatamente a relação de exploração existente entre países ricos e países pobres. A dívida de Erêndira – nascida de um descuido numa desgraçada noite de vento em que, caída de cansaço, adormeceu antes de apagar uma vela – vai aumentando à medida que a paga», conclui Rita Lello.

Este espetáculo insere-se no ciclo “Estórias Silenciosas” (V), o qual, desde 2017, pretende apresentar propostas performativas na área do Teatro, que «incidam sobre temáticas atuais e dotadas de pertinência social, política, económica, cultural ou ecológica, suscitando também o debate e reflexão crítica com os criadores, demais artistas e público», explica a Câmara de Loulé.

O elenco desta peça é composto por Maria do Céu Guerra, Sara Rio Frio, João Maria Pinto, Adérito Lopes, Cláudio Castro, Fernando Belo, João Parreira, Miguel Santos, Rita Soares, Rúben Garcia, Sérgio Moras e Samuel Moura, cabendo a luminoplastia, vídeo e projeção a Paulo Vargues.

A sonoplastia é da responsabilidade de Ricardo Santos e a operação de som de Bárbara Rocha, com Fernando Belo no apoio à montagem.

Os bilhetes custam 12 euros, passando para 10 euros no caso dos maiores de 65 e menores de 30 anos. O Cartão de Amigo é aplicável a este evento. Este espetáculo tem entrada gratuita, mediante a disponibilidade da sala, a jovens com 18 anos ou que ainda venham a fazer 18 anos no presente ano, no âmbito do projeto “És Cultura 18!”. A peça tem uma duração aproximada de 120 minutos (com intervalo) e dirige-se a maiores de 16 anos.

Para mais informações e reservas os interessados podem contactar o Cine-Teatro Louletano pelo telefone 289 414 604 (terça a sexta-feira, das 13h00 às 18h00) ou pelo email [email protected].

Além disso, podem consultar a sua página de Facebook ou o seu renovado website, ambos em permanente atualização, bem como a sua conta no instagram (cineteatrolouletano), existindo também a possibilidade de compra de ingressos nos locais aderentes ou on-line, através da plataforma BOL.

O Cine-Teatro Louletano é uma estrutura cultural no domínio das artes performativas da Câmara Municipal de Loulé e está integrado na Rede Azul – Rede de Teatros do Algarve e na Rede 5 Sentidos.

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