Uma das frentes do incêndio de Monchique está «dominada», mas a outra continua a arder

Instabilidade atmosférica e dificuldade de operação dos meios aéreos levou a reacendimento e a «projeções a muita distância»

Foto: Nelson Inácio | Sul Informação

Uma das duas frentes do incêndio que, desde ontem, está a queimar eucaliptos e mato na serra de Monchique está «dominada», mas a outra frente continua a arder com intensidade, acaba de anunciar Vítor Vaz Pinto, Comandante Operacional Distrital do Algarve, num briefing que está a ter lugar em Monchique.

O responsável regional pelo combate ao fogo acrescentou que uma das frentes «está dominada», decorrendo agora as «ações de extinção e consolidação».

Quanto à segunda frente, a «instabilidade atmosférica muito forte» que se fez sentir a meio da tarde, com muito vento, «originou vários reacendimentos», «na sua maioria rapidamente extintos pelos operacionais no terreno».

Mas num dos locais, um «vale encaixado», quase inacessível até para os aviões e helicópteros que desde o nascer do sol estão a colaborar no combate às chamas, registaram-se «projeções a muita distância», com «comportamentos eruptivos» e «não houve capacidade de combate», admitiu Vaz Pinto.

Como medida de precução, e para evitar «situações de alarmismo», o comando operacional decidiu fazer a retirada de mais pequenas povoações que poderão estar no caminho do fogo, mas apenas «para salvaguarda das populações» e numa ação feita «muito antes de o incêndio ali chegar».

Também o posto de comando, que estava montado na estrada de Sabóia, foi deslocado, por volta das 17h30, para o quartel dos bombeiros, na vila de Monchique.

José Gonçalo, presidente da Junta de Freguesia de Monchique, em declarações à Antena1, disse que foram evacuados os lugares de Perna da Negra, Cimalhas, Corchas e Benfica. Fonte do CDOS, em declarações ao Sul Informação, falou ainda em Ladeira de Cima e Trucais.

O comandante Vaz Pinto, no briefing em Monchique, que teve lugar pouco depois das 20h00, salientou que «os meios estão posicionados», mas «o espírito dos combatentes foi afetado» pelo reacendimentos desta tarde.

No entanto, durante a noite vão existir algumas «janelas de oportunidade», que poderão ajudar os bombeiros, agora que, com o fim do dia, os meios aéreos se retiram.

«A cada momento, reavaliaremos a situação», disse ainda o comandante Vaz Pinto.

Desde ontem, quando o incêndio deflagrou, pelas 13h30 no sítio da Perna da Negra, que o fogo já destruiu mais de 1000 hectares de mato e eucaliptos, bem como alguns barracões agrícolas.

Neste momento, as chamas estão a ser combatidas por 684 operacionais, apoiados por 176 veículos, nomeadamente máquinas de rastos. Os helicópteros e aviões que durante todo o dia ajudaram já se retiraram.

Este sábado, ao longo do dia, houve mais três incêndios de alguma relevância no Algarve – o primeiro foi em Besteiros, freguesia do Ameixial (Loulé), o segundo na Cova da Muda, em São Brás de Alportel, e o último no Barranco de São Bom Homem, em Silves. Todos estão já em fase de rescaldo.

 

 

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