Feira da Dieta Mediterrânica cresce e também pensa nos jovens

António Zambujo, Diego el Cigala, Carminho e Agir são os cabeça-de-cartaz da Feira da Dieta Mediterrânica

A inclusão do Mercado Municipal de Tavira no rol de espaços onde chega a Feira da Dieta Mediterrânica e muitas atividades para os mais novos, incluindo um concerto a pensar neles, são os destaques de mais uma edição deste certame, que vai decorrer de 6 a 9 de Setembro, em Tavira.

A edição de 2018 do evento foi apresentada esta sexta-feira, dia 24 de Agosto, em Tavira. E ficou claro que a organização da feira, um esforço conjunto de dez parceiros, entre instituições públicas e associações regionais, voltará a apostar forte na componente de animação, que será uma constante e terá o seu ponto alto nos concertos noturnos, que trarão nomes sonantes ao centro histórico da cidade.

António Zambujo (dia 6, quinta-feira), o andaluz Diego el Cigala (sexta-feira, dia 7), Carminho (sábado, dia 8) e Agir (dia 9, domingo) são os cabeça-de-cartaz do programa musical da feira. Mas o público poderá contar com «uma animação variada, com 40 espetáculos de diversas índoles, ao longo de quatro dias», revelou o presidente da Câmara de Tavira.

À margem da sessão, Jorge Botelho resumiu aos jornalistas quais os principais destaques da edição de 2018 da Feira da Dieta Mediterrânica.

«Este ano ganhamos mais um espaço, o Mercado Municipal, que é o mercado tradicional das verduras e do peixe, que vai ter um conjunto de atividades de cariz cultural, nomeadamente uma exposição de fotografia que contou com a adesão das pessoas. Também teremos muitos projetos na área da infância, o que é muito relevante», disse.

Esse piscar de olho aos mais novos está patente não só nas atividades que a elas são dirigidas – há, como habitual, um espaço dedicado às crianças -, mas também na programação musical do evento. «O concerto do Agir é a pensar nos jovens e naqueles que gostam de se mexer», revelou.

Ainda no que toca aos concertos principais, que decorrem todas as noites na Praça da República, entre a Câmara Municipal e o Rio Gilão, Jorge Botelho destaca a presença de Diego el Cigala, «talvez um dos maiores cantores de flamenco da atualidade», um andaluz bem conhecido «no mundo da world music e que tem uma base de fãs importante e muitas visualizações no youtube».

O edil tavirense não esconde que a opção por um músico do país vizinho está intimamente ligada à estratégia de trazer visitantes de Espanha, nomeadamente da Andaluzia. Até porque «está a ser feito um esforço de promoção» do evento, do outro lado da fronteira.

Esta feira serve para celebrar a Dieta Mediterrânica portuguesa, reconhecida pela UNESCO como Património Imaterial da Humanidade, que tem em Tavira a sua comunidade representativa. Para festejar este património, também haverá espaço para outros que mereceram o mesmo reconhecimento internacional.

«Vamos ter, ao longo do dia, espetáculos de fado e de cante alentejano, expressões importantíssimas», disse Jorge Botelho.

Por outro lado, haverá uma aposta em grupos vindos dos países que partilham com Portugal o Património Imaterial da Dieta Mediterrânica. «Este ano, o palco do Castelo vai estar virado para propostas de outros países mediterrânicos.  Teremos a música da Grécia, de Marrocos e de Itália», acrescentou.

A componente de animação é apenas uma pequena parte desta feira. Ao longo dos quatro dias há, também, diversas conferências, visitas comentadas, exposições e demonstrações gastronómicas, estas últimas, no Mercado da Ribeira.

E há produtos tradicionais, na área agro-alimentar e do artesanato, que podem ser encontrados em 117 dos 155 stands que existirão na feira. Também forte é a componente institucional, que ocupará 29 stands.

Entre as entidades que estarão oficialmente representadas neste certame contam-se aquelas que, desde há dez anos, se uniram a Tavira para conseguir o reconhecimento da UNESCO e, mais tarde, na organização da Feira da Dieta Mediterrânica.

A conferência de imprensa de hoje teve como protagonistas, além do anfitrião Jorge Botelho, a diretora regional de Cultura Alexandra Gonçalves, Fernando Severino, o seu congénere da Agricultura e Pescas, o presidente da CCDR Algarve Francisco Serra, o presidente da RTA João Fernandes e a vice-reitora da Universidade do Algarve Ana de Freitas.

Também presentes na sala estavam outros parceiros, como a Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve e a associação In Loco.

«A grande novidade que há, de ano para ano, é esta persistência e coesão entre os parceiros, que dura há dez anos», ilustrou João Fernandes, ideia que foi reforçada por outros elementos da mesa.

Já Alexandra Gonçalves chamou a atenção para o evento que decorrerá no Mercado Municipal, em que se juntarão fotografias dos próprios operadores deste espaço a provérbios, numa proposta que será «totalmente nova».

Outra área que tem uma forte expressão desde a primeira edição da feira, é a Agricultura. Em 2018, a Direção Regional de Agricultura e Pescas volta a abrir as portas do posto agrário de Tavira àqueles que quiserem conhecer de perto a coleção de fruteiras tradicionais, um tesouro que esta entidade tem vindo a guardar com zelo.

Este espólio de variedades endémicas acaba por ser um símbolo daquilo que Fernando Severino considera que esta feira «é, cada vez mais»: um espaço «de sustentabilidade e das luzes do futuro».

O programa completo da VI Feira da Dieta Mediterrânica pode ser consultado aqui.

 

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