Câmara de Olhão quer criar praias urbanas na zona poente da cidade

O estudo prévio está concluído e a Câmara prepara-se para adjudicar a elaboração do projeto de execução

Praias urbanas, que no início serão «jardins de areia», um espaço de fruição e observação de aves e uma nova unidade hoteleira. A Câmara de Olhão tem um plano já bem definido para a zona ribeirinha poente da cidade e conta aproveitar ao máximo a desativação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) ali existente, prevista para este ano.

A autarquia já fez um estudo prévio sobre o que pretende para esta zona e prepara-se para «adjudicar a realização do projeto de execução, para consolidar a ideia», revelou ao Sul Informação o presidente da Câmara de Olhão António Pina.

«Com a desativação da ETAR, associada à deslocalização das nossas oficinas, quer da Câmara, quer da Ambiolhão, aquele espaço – até porque é contíguo a outra zona já requalificada e concessionada, a do Porto de Recreio -, será a parte da zona ribeirinha que faltará requalificar», enquadrou António Pina.

Afinal, este é um espaço privilegiado, junto à Ria Formosa e dos seus apreciados valores naturais, pelo que a Câmara acha «que tem um potencial enorme para vários usos».

A base do projeto serão as praias urbanas que serão criadas a poente da circular que liga a rotunda da EN125 [McDonald’s] e a Avenida 5 de Outubro, uma ideia que António Pina já acarinha há algum tempo.

 

«Aproveitando os antigos tanques de aquacultura, entretanto abertos pela Sociedade Polis, queremos criar praias urbanas/jardins de areia. E porquê? Porque enquanto a água não tiver qualidade balnear, o que esperamos, claro, que venha a acontecer quando a ETAR for deslocalizada, poderá ser apenas uma zona de areal, para se estar junto à Ria e, eventualmente, praticar desportos de praia», enquadrou o edil olhanense.

«Certamente teremos a criatividade suficiente para, mesmo sem água com qualidade balnear, encontrar formas de as pessoas se refrescarem nestas praias urbanas», acredita.

António Pina garantiu que a questão da contaminação da rede de águas pluviais por esgotos domésticos não está relacionada com a falta de qualidade da água, na zona onde serão instaladas as praias urbanas. «Naquela zona, a falta de qualidade resulta da ETAR», assegurou.

Estas praias terão uma ligação, através de trilhos e passadiços, com uma «zona de fruição e observação de aves», a criar na zona onde existe, atualmente, a ETAR, «aproveitando, até, as atuais lagoas, que continuarão a ser alimentadas com água doce tratada proveniente da nova estação de tratamento que está a ser construída nos Salgados [Faro]».

Além da ligação para Sul, este espaço destinado à observação de aves terá uma outra ligação a Norte, «aproveitando a estrada existente e a ciclovia, que continuará até Faro».

«No local onde existem hoje as oficinas, a Norte das futuras praias, pretendemos que seja um espaço com capacidade construtiva, pois temos sido abordados por empresários com interesse de ali construir uma unidade hoteleira, que será envolvida por um jardim público, que fará o interface com as praias e as salinas», explicou ao Sul Informação António Pina.

«Para a requalificação da zona agora ocupada pela ETAR, esperamos ter comparticipação da Águas do Algarve. Os restantes investimentos, terão de ser camarários, eventualmente com parceiros», disse.

O dinheiro necessário poderá vir do negócio que levará à instalação de uma unidade hoteleira num terreno que hoje é da Câmara. «Essa é a forma como nós pensamos financiar o projeto: aproveitar o território que tem potencial construtivo e de alta valorização e vendê-lo para financiar o projeto de que estamos a falar», revelou o presidente da Câmara de Olhão.

 

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