Associações exigem respostas sobre abate de árvores em Cacela Velha

Associações denunciam que há um «ensurdecedor e opaco silêncio» sobre o abate de árvores

Oito associações juntaram-se para exigir respostas e justificações sobre o «rude golpe» na paisagem que foi o abate de árvores em Cacela Velha, em pleno Parque Natural da Ria Formosa.

Num comunicado, as signatárias dizem que a «ação extensiva de total remoção do coberto vegetal, sem olhar a espécies, porte ou localização» deixou um «terreno nu, completamente exposto a fenómenos erosivos, na margem de uma linha de água, ao longo de dezenas de hectares».

Estes trabalhos de desmatação, recorde-se, ocorreram numa propriedade privada, que está em zona protegida pela Reserva Agrícola Nacional (RAN) e Reserva Ecológica Nacional (REN).

Na altura, num primeiro momento, uma fonte da GNR, revelou ao Sul Informação que a limpeza «foi autorizada» pelo Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) e foi feita «ao abrigo do decreto-lei 124» que regulamenta a limpeza obrigatória de terrenos.

Depois, em resposta às perguntas do Sul Informação, o ICNF  garantiu que não foi «pedida qualquer autorização» para o abate de árvores, em Cacela Velha, no Parque Natural da Ria Formosa, e que vai analisar o processo.

«Não sendo clara a finalidade ou intenção deste arraso em Cacela, nem o enquadramento do mesmo, foram efetuadas denúncias, pedidas informações, colocadas questões e pedido o apuramento de responsabilidades junto das entidades competentes, responsáveis pela tutela dos valores ambientais e patrimoniais presentes», diz o comunicado.

Duas semanas volvidas, «nem uma resposta ou sequer qualquer informação do andamento de qualquer averiguação ou investigação. Nem tão pouco as questões colocadas por deputados à Assembleia da República, eleitos pelo Algarve, foram atendidas. Há apenas um ensurdecedor e opaco silêncio», denuncia.

Por isso, as oito organizações subscritoras do comunicado exigem «respostas às participações efetuadas por associações e cidadãos, de forma a afastar o clima de desinformação e suspeição que rodeia este caso».

 

Associações signatárias:

ADRIP – Associação de Defesa, Reabilitação, Investigação e Promoção do Património Natural e Cultural de Cacela
AGECAL – Associação de Gestores Culturais do Algarve
ALMARGEM – Associação de Defesa do Património Cultural e Ambiental do Algarve
ATGDM – Associação das Terras e das Gentes da Dieta Mediterrânica
IN LOCO – Pensar no Global, Agir no Local
LPN – Liga para a Protecção da Natureza
QUERCUS – Associação Nacional de Conservação da Natureza
SLOW FOOD Algarve

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