Olhão: Exposição mostra fotografias de refugiados «abandonados à sua sorte» em Berlim

Uma exposição que mostra 16 fotografias de refugiados «abandonados à sua sorte», nas ruas de Berlim, é inaugurada esta quarta-feira, […]

Uma exposição que mostra 16 fotografias de refugiados «abandonados à sua sorte», nas ruas de Berlim, é inaugurada esta quarta-feira, 20 de Junho, às 19h00, na Associação Re-Criativa, em Olhão.

A exposição, da autoria de Frank Kopperschlager, inaugura no Dia Mundial do Refugiado.

A população alemã começou a apoiar estes refugiados, levando-lhes, tendas, resguardos, roupa, comida, medicamentos e outros bens de primeira necessidade. Depois formou-se um movimento de vários grupos de intelectuais e associações recreativas, que procuraram através das artes dar algum “alento” a estas pessoas, enquanto ONGs criavam algumas condições para fornecer alimentação a todos os que lá se encontravam.

Num terceiro momento, a população começou a fazer manifestações, bloqueios, concentrações, exigindo das entidades oficiais uma resposta digna para todos aqueles refugiados. Estas fotografias retratam alguns desses momentos vividos em Berlim.

O CPPC, Conselho Português para a Paz e Cooperação, depositário deste espólio, leva a cabo esta exposição por forma a levantar as causas destas movimentações de refugiados, apelando ao fim das guerras tanto no Médio Oriente, como em África, e a ajuda urgente a estes povos.

O drama e sofrimento de milhões de crianças, mulheres e homens que fogem da guerra, da morte, da fome, da doença e das condições de vida mais degradantes, «têm causas e responsáveis», diz a organização da exposição.

«A esmagadora maioria dos que hoje rumam à Europa, sendo que são apenas 6% de todos os refugiados e deslocados do mundo, e que há muito se refugiam em países vizinhos, provêm de países do Médio Oriente e de África – como a Síria, a Líbia, o Iraque, o Afeganistão – que foram e continuam a ser destruídos e pilhados, por políticas económicas e guerras, promovidas e protagonizadas pelos Estados Unidos e seus aliados na NATO, da União Europeia e do Médio Oriente».

Mas também de países como Eritreia, Somália, Burúndi, Sudão ou Mali, onde a fome, a pobreza extrema, as perseguições e movimentos armados, levam a que os povos procurem melhores condições de vida noutros países.

«A inadmissível criminalização e a repressão dos refugiados expõe-os à insegurança e à exploração e constitui terreno fértil para o racismo e a xenofobia, ideias que promovem o crescimento de forças fascistas e neo-nazis, e aos seus crimes, como a Europa tem testemunhado, com tristes exemplos bem recentes», conclui.

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