Manifestantes e até cegonhas anti-petróleo esperaram o ministro do Ambiente e esperaram e esperaram…

Os manifestantes reuniram-se, gritaram palavras de ordem contra a exploração de petróleo, pediram a demissão do ministro do Ambiente, mas […]

Os manifestantes reuniram-se, gritaram palavras de ordem contra a exploração de petróleo, pediram a demissão do ministro do Ambiente, mas este… não apareceu. João Pedro Matos Fernandes, que deveria estar presente na discussão das alterações do Plano Nacional de Políticas de Ordenamento do Território, que está a decorrer esta terça-feira na CCDR Algarve, em Faro, acabou por não vir ao Algarve.

Os manifestantes, cerca de cinco dezenas, reforçados com a presença de “cegonhas” da associação Satori, foram chegando a conta-gotas. A cerimónia de abertura da sessão estava marcada para as 9h30, mas se o ministro tivesse chegado, e a horas, iria encontrar ainda menos manifestantes.

«No Algarve, estamos na linha de fogo. Onde estão os algarvios, por amor de Deus?», questionava Rosália Cruz, uma das participantes no protesto. «Nesta altura, a nossa preocupação é gigante porque constatamos que estamos numa ditadura camuflada quando um ministro deste país não ouve ninguém, nenhum setor da sociedade desta região, ou do país, e não ouve associações ou pareceres», disse.

«Os pareceres apresentados à Agência Portuguesa do Ambiente foram ignorados, o ICNF, na altura da emissão do TUPEM, já tinha pedido uma avaliação dos efeitos sobre os cetáceos, na rota de migração que estão a querer perfurar. É uma zona de falhas sísmicas ativas, não compreendemos como esta prospeção pode passar em democracia sem uma avaliação», acrescentou Rosália Cruz.

Alguns autarcas e governantes, como Miguel Freitas, secretário de Estado do Desenvolvimento Rural e das Florestas, que marcaram presença na discussão do PNPOT, foram apupados e aumentaram o ruído produzido pela manifestação. No entanto, o ministro João Pedro Matos Fernandes, onde quer que estivesse, não ouviu o protesto.

«Mesmo que aqui estivesse, duvido que tivesse coragem de vir falar connosco», concluiu Rosália Cruz.

 

Fotos: Gonçalo Dourado|Sul Informação

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