“Cavalos de Guerra”: um filme e um livro para ajudar os cavalos-marinhos da Ria Formosa

No princípio, era para ser “só” um livro. Mas, para ajudar a salvar os cavalos-marinhos da Ria Formosa, o mergulhador […]

No princípio, era para ser “só” um livro. Mas, para ajudar a salvar os cavalos-marinhos da Ria Formosa, o mergulhador e fotógrafo aquático João Rodrigues pensou que podia fazer muito mais. De câmara em punho, desceu às profundezas da Ria para fazer filmagens. Agora, além do livro, haverá “Cavalos de Guerra”, uma curta-metragem de «união, força e esperança». Tudo para alertar para a problemática do “Rei Formoso da Ria”.

Foi a «necessidade de sensibilizar a comunidade» que fez João Rodrigues partir para esta aventura. O fotógrafo subaquático colabora com a revista National Geographic e um dos trabalhos que fez chamava-se “Rei Formoso da Ria”. «A partir daí, fiquei mesmo sensibilizado. O que está a acontecer aos cavalos-marinhos na ria é brutal e tem de ser travado», diz, em conversa com o Sul Informação.

João Rodrigues não esconde a tristeza ao falar do estado de conservação dos cavalos-marinhos na Ria Formosa, uma questão que, refere, «passa ao lado de muita gente».

De momento, estão a ser feitos censos para estimar o número existente, mas, segundo as estimativas e os últimos estudos, «pode-se dizer que, em 2001, eram 2 milhões e, atualmente, existem apenas 100 mil».

João Rodrigues – Foto: Pedro Lemos | Sul Informação

A captura ilegal para o mercado asiático «continua a dizimar grande parte da população e essa foi a grande razão para o decréscimo populacional», atira. A pesca por arrasto, «que traz tudo o que há no fundo», é outra.

Para sensibilizar a população para esta realidade, a exposição “Águas Vivas”, que João Rodrigues apresentou no Fórum Algarve, em Faro, foi muito importante. É que foi aí que «surgiu o convite, por parte do secretário de Estado das Pescas José Apolinário, para fazer um livro fotográfico sobre cavalos-marinhos». O desafio foi logo aceite.

A obra terá nove capítulos, também se deverá chamar “Cavalos de Guerra”, e fala da Ria Formosa como um ecossistema muito especial, assim como de algumas particularidades dos cavalos-marinhos. Por exemplo, naquela espécie, quem dá à luz… é o macho.

Mas, para «lutar em todas a frentes», João Rodrigues também tem previsto o lançamento da curta “Cavalos de Guerra”.

«Quero algo que tenha entre 20 a 29 minutos. Isto foi um grande desafio. Convidei o João Costa, um amigo, para as filmagens, mas, até termos o trailer concluído, não tinha a certeza se queria fazer um filme. Só que correu tão bem, o feed-back tem sido excelente, e vamos avançar», refere.

Agora, vão ser feitas novas filmagens até ao final de Outubro. Todo o mês de Novembro será dedicado à edição para, em Dezembro, ser lançado o filme e o livro.

Foto: João Rodrigues

«Gostaria que o lançamento fosse em Faro. A Ria Formosa é de Portugal, mas em primeiro lugar é do Algarve e tem de ser a comunidade daqui a ser sensibilizada em primeiro», confessa João Rodrigues.

É que, diz com mágoa, «por vezes há mais gente em Lisboa a conhecer os cavalos-marinhos da Ria Formosa do que as pessoas do Algarve».

O biólogo de formação espera mudar esta realidade. «Quero um filme de união, força e esperança. Vou reunir políticos, cientistas, entidades públicas e privadas e a comunidade com um objetivo em comum: salvar os cavalos-marinhos», conclui, sorridente.

 

https://vimeo.com/271234625

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