Hotel Guadiana de VRSA abre «em Junho» e deverá ter mais companhia de luxo em breve

Um hotel de cinco estrelas, o primeiro do concelho, prestes a abrir, e o início da construção de uma segunda […]

Hotel Guadiana

Um hotel de cinco estrelas, o primeiro do concelho, prestes a abrir, e o início da construção de uma segunda unidade hoteleira de luxo apontada para breve. A Câmara de Vila Real de Santo António tem vindo a apostar forte no desenvolvimento do setor turístico, nomeadamente na sede de concelho, conseguiu atrair investimento privado e conta continuar a fazê-lo, no futuro.

O Hotel Guadiana é o projeto mais avançado. As obras de recuperação desta unidade hoteleira, um ex-libris da cidade de VRSA, estão praticamente concluídas. A abertura do hotel, agora com 5 estrelas, acontecerá «a meio de Junho».

«Esta unidade hoteleira vai trazer um tipo de turismo para cá que vai mexer muito com esta nossa economia local. Há cada vez um maior interesse aqui pelo nosso canto e acho que isso é muito importante», disse ao Sul Informação a presidente da Câmara  de VRSA Conceição Cabrita, durante a entrevista que concedeu ao nosso jornal, a primeira de fundo a um órgão de comunicação social desde que foi eleita, em Outubro.

Além do edifício onde já operava, o renovado Hotel Guadiana também conta com outra área de alojamento, situada na antiga Casa da Alfândega, onde existem «quatro suites premium» e onde serão servidos «pequenos-almoços e pequenas refeições». À noite, esta «estrutura antiga, bonita» será palco de iniciativas, como «noites de fado, de jazz… um pouco de tudo».

«E depois termos o Beach Club, na Ponta da Areia, onde também se pretende criar uma zona de qualidade.», acrescentou a edil.

Este é apenas o primeiro de muitos investimentos privados na área da hotelaria que estão na calha, em VRSA. Também emblemática é a futura Pousada de Portugal, que terá o centro histórico desta cidade como elo de ligação.

«Antes do final deste mês [Abril] vamos assinar a escritura para começar as obras da Pousada de Portugal do grupo Pestana. Vai ser uma unidade mesmo no centro de VRSA que também vai atrair para cá outro tipo de turistas», ilustrou Conceição Cabrita, ao Sul Informação.

Esta Pousada de Portugal assentará na mesma lógica das demais que o grupo Pestana explora em todo o país – a utilização de património histórico -, mas o modelo será diferente, já que a unidade hoteleira se espalhará por diferentes edifícios da Baixa Pombalina de VRSA.

Ao todo, serão quatro espaços distintos, todos na zona da praça central, onde se situam os Paços do Concelho, um dos quais propriedade da Câmara, onde chegaram a funcionar os serviços da empresa municipal SGU. Os demais espaços são propriedade privada.

«O processo acabou por atrasar-se um pouco porque o Pestana tem de adquirir edifícios que pertencem a privados. E juntar esses herdeiros todos para fazer a escritura está a ser um problema. Esta terra é muito de grandes herdeiros e de famílias numerosas, portanto conseguir juntar essa gente toda é uma carga de trabalhos», enquadrou Conceição Cabrita.

Esta unidade hoteleira «terá 57 quartos e vai criar cerca de 30 postos de trabalho diretos».

A Baixa Pombalina de VRSA está em alta, mas não é o único local do concelho que desperta a cobiça de investidores. Também há interessados em apostar numa zona ali bem perto, junto ao Guadiana, numa antiga zona industrial que hoje está muito degradada.

«A nossa intenção é valorizar cada vez mais o rio Guadiana e a zona ribeirinha. Não queremos estar de costas voltadas para o rio, mas sim de frente para ele. Vamos tentar desenvolver um projeto com um fundo inglês. Este processo já começou no anterior mandato, mas ficou parado. Agora queremos ver se lhe damos um impulso»

Este empreendimento turístico será construído junto ao cais de embarque para as carreiras fluviais do Guadiana, numa das entradas para a zona nobre da cidade. «Queremos desenvolver toda aquela zona, pois a entrada de Vila Real já não se coaduna com a visão que nós temos para o concelho».

Também em Monte Gordo há investimento a ser feito na zona ribeirinha, neste caso, público. «Decidimos avançar nós mesmos com as demolições, para que o processo de limpeza da praia avançasse mais rapidamente. Os apoios de praia já estão a ser erguidos, apesar de haver algumas dificuldades processuais da parte dos concessionários. Pode até nem ser no dia 13 de Maio, mas no Verão a larga maioria dos estabelecimentos estará a funcionar. Vamos ter uma zona balnear toda renovada, uma praia de qualidade».

Antevisão da nova praia de Monte Gordo

Em Monte Gordo, também está prevista a construção de um hotel de charme, mesmo junto à praia, onde hoje existem lugares de estacionamento e campos de jogos. Um projeto que foi muito contestado pelos proprietários do prédio que fica do outro lado da avenida marginal, que chegaram mesmo a tentar parar a construção do empreendimento em Tribunal, e que conheceu um forte revés recentemente, na sequência de um parecer negativo da Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

Uma situação que Conceição Cabrita não aceita. «Fiquei muito surpreendida com essa notícia, pois tive uma reunião com o ministro do Ambiente João Matos Fernandes precisamente no dia anterior [a receber o parecer] e esse foi um dos assuntos de que falámos».

A edil vila-realense recordou que, «há dois anos, a APA emitiu um parecer favorável e nós avançámos com o processo». Na altura, a Câmara de VRSA sondou os serviços regionais desta agência para saber se haveria problema de instalar o hotel naquele local, em vez de o fazer noutra localização, mais a Poente, mas numa zona ainda não impermeabilizada.

«Aquela zona sempre foi gerida por nós, fazemos lá as feiras e outras coisas. O que nos foi dito foi que o hotel não deveria ser construído no local originalmente previsto, mas sim passar para a zona que já estava consolidada. Em termos ambientais, é menos  problemático, tendo em conta que a outra localização fica junto à duna primária», garantiu ao Sul Informação Conceição Cabrita.

Com a aprovação da APA, a Câmara avançou com o concurso, «que teve luz verde de todas as entidades». Mas, quando foi adjudicada a obra ao grupo Melia, «por altura do início da campanha, veio um parecer desfavorável da APA, mas a nível central».

«Deixaram passar todos estes meses, deixaram fazer tudo, e agora alegam que o terreno não era nosso, que não o podemos vender. Mas nós não podemos ter dois pareceres contrários da mesma entidade!», afirmou. Mas, «por curiosidade, o ministro disse-me que não está em causa da titularidade do terreno. São incongruências que não fazem sentido».

João Matos Fernandes comprometeu-se a dar uma resposta «no prazo de um mês». Certo é que, sem esta questão,  a construção deste «hotel de 5 estrelas, de baixa densidade», já estaria «numa fase bem avançada, pois eles queriam começar a vender já este Verão».

Complexo Desportivo VRSA

Outro projeto que também é há muito falado é o do hotel do Complexo Desportivo de VRSA. Esta unidade hoteleira, de 4 estrelas, visa «dar apoio aos estágios que ali se realizam» e valorizar o complexo, onde existe já um Centro de Alto Rendimento. «Estamos a ser cada vez mais procurados. Isto é um negócio e há cada vez mais centros que têm estadia associada, algo que nós ainda não conseguimos oferecer», disse Conceição Cabrita na sua entrevista ao Sul Informação.

Neste caso, a situação está a ser atrasada pela mudança de local dos campos de ténis e de padel que existem no complexo, uma incumbência do empreiteiro, que «só pode avançar para a obra depois de concluir este processo». A empresa que ganhou o concurso estima investir 7 milhões de euros para criar um «hotel moderno», com  300 camas.

«Tudo isto são investimentos que podem dar mais valor aqui ao nosso concelho, à nossa população e, por sua vez, ajudar a descer o passivo da Câmara», concluiu a presidente da Câmara de VRSA.

 

Fotos: Fabiana Saboya | Sul Informação

 

 

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